Por João Henrique do Vale
A ida para o trabalho está prejudicada no transporte público de Belo Horizonte devido a paralisação dos ônibus. Motoristas cruzaram os braços para cobrar reajuste salarial.
Os trabalhadores em greve fecharam as estações Barreiro e São Gabriel. Os outros terminais funcionam parcialmente.
Os rodoviários querem reajuste com ganho real no salário. Além disso, pedem alta no tíquete refeição, na participação nos lucros das empresas, e também mudanças no intervalo de alimentação.
O Sindicato de Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) acionou o Ministério Público do Trabalho (MPT) diante da promessa de paralisação por parte dos funcionários dos ônibus da capital. A entidade que representa as empresas afirma que qualquer reajuste salarial neste momento deve “repassado imediatamente para a tarifa cobrada do usuário”.
Nesse domingo, segundo o Setra, uma reunião aconteceu às 17h, mas o sindicato que representa os trabalhadores não compareceu. Um novo encontro foi marcado para às 10h.
O Setra afirmou que formulou, nessa audiência, proposta para concessão do reajuste de 8,2% a ser pago a partir do salário de março de 2023, juntamente com a totalidade devida de forma retroativa à data-base da categoria.
Locaute disfarçado de greve
O presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, Gabriel (Sem partido), criticou a paralisação dos funcionários e também a lentidão por parte da prefeitura em analisar projetos que fazem parte da repactuação dos contratos junto as empresas de ônibus.
“Ao longo do ano de 2022, repetiu-se à exaustão por parte dos vereadores no Grupo de Trabalho de Mobilidade, que a Prefeitura de Belo Horizonte não poderia deixar para última hora o cumprimento dos 17 itens do acordo que concedeu 237,5 milhões de reais em subsídio. Estamos a 74 dias do fim do período subsidiado e a Prefeitura de Belo Horizonte não se moveu na direção de anular ou mudar o contrato. Dessa forma, nos vemos num cenário similar ao que ocorreu em novembro de 2021, quando, diante de um locaute disfarçado de greve, a cidade começou a sentir os efeitos do colapso no sistema de mobilidade”, disse Gabriel.
O presidente da Câmara lembrou que paralisação semelhante foi realizada em novembro de 2021 e que está sendo investigada pelo Ministério Público Federal e a Polícia Federal.