13/09/23
Redação: Agência Minas
Imagem: Léo Bicalho / Secult
Exposições, bate-papos, mostras e festivais têm dinamizado a programação do Circuito Liberdade, cujo público, entre janeiro e julho deste ano, já supera o total de 2022, com 2,8 milhões de participantes de atividades presenciais e virtuais. O primeiro semestre, inclusive, foi o que registrou a maior frequência de público desde a criação do Circuito, em 2010, chegando ao número de 2,3 milhões de pessoas em junho.
O Circuito Liberdade é gerido pela Fundação Clóvis Salgado, que integra a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult-MG). Atualmente, possui 32 equipamentos, sendo o Palácio da Liberdade o centro cultural mais recente do complexo, desde a cessão do espaço para a Secult em setembro de 2022.
Até julho, o Palácio recebeu mais de 130 mil visitantes. Alguns deles, inclusive, estiveram ali pela primeira vez. É o caso do estudante Jean Marques Barbosa de Souza, que aprova a ideia de um circuito. Para ele, a proximidade dos espaços é convidativa e facilita muito o percurso por todos eles.
“Achei a estrutura daqui bem bonita e organizada. As informações que estão nas guias ajudam bastante, conheci muito da história de Minas Gerais. Acabei de visitar o Museu das Minas e do Metal (MM Gerdau) e o CCBB-BH, e acho que a existência de um circuito cultural ajuda muito a conhecer os espaços e aprender mais sobre a história do local”, disse Souza.
Se existem os novatos, há também quem acompanha continuamente a programação do Circuito, como a administradora Giusiane Vieira Rocha. “Venho à Biblioteca Pública Estadual pelo menos uma vez ao mês. Frequento as exposições, contações de histórias, e passei a frequentar também o Cine Clube da UEMG. A programação daqui é bem variada e eu aproveito de tudo”, conta Giusiane, que também costuma ir ao Memorial Minas Gerais Vale e ao Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).
Outro assíduo é o professor universitário Romeu Rodrigues Pereira, 56 anos, que dá aula na Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) e aproveita os intervalos do trabalho para ir aos museus da Praça da Liberdade. “Venho no MM Gerdau com bastante frequência, gosto muito da parte dos minérios. Dentro do Circuito Liberdade, também frequento o Memorial Minas Gerais Vale. Acho que esse circuito cultural foi a melhor coisa que fizeram. Ajudou muito o povo mineiro a acessar mais os equipamentos aqui em Belo Horizonte”, atesta.
O secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira, observa que o aumento do público no Circuito Liberdade demonstra a recuperação do setor pós-pandemia e reflete as ações do Governo de Minas para potencializar a vocação cultural e turística do complexo. “Os espaços do Circuito Liberdade são atrativos tanto para moradores quanto para os turistas. Praticamente toda programação do Circuito é aberta, de graça, além de muito diversa, então é importante que as pessoas conheçam, participem e aproveitem isso”, afirma Oliveira.
“O Circuito Liberdade é também um modelo para impulsionar a economia da criatividade. O complexo movimenta uma cadeia produtiva enorme. São curadores, músicos, diversos profissionais que atuam na realização de projetos que fomentam a cultura, a qual é a principal motivação da atividade turística no nosso estado. Esta, inclusive, tem crescido de maneira de maneira surpreendente, 720% acima da média nacional, o que contribui para mais geração de emprego e renda”, completa o secretário.
Circuito Liberdade para além da Praça
Quando foi criado, em 2010, o então Circuito Cultural Praça da Liberdade compreendia seis espaços: Palácio da Liberdade, Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais, Arquivo Público Mineiro, Museu das Minas e do Metal, Memorial Minas Gerais Vale e Espaço do Conhecimento UFMG. Juntos, eles somaram 473.492 visitas naquele ano.
De lá para cá, o Circuito Liberdade só aumentou. Em 2020, a rede de equipamentos estendeu sua área de atuação para todo o perímetro da Avenida do Contorno, alcançando 32 espaços culturais. Um deles é o Sesi Museu de Artes e Ofícios, na Praça da Estação, onde a estudante Bruna Pelegrino Zaneti conheceu a exposição “Bolinho x Goma: Articulações urbanas”.
Vinda de São Paulo para cursar artes plásticas na UEMG, Bruna elogiou a curadoria da mostra. “Achei muito incrível trazer esses dois artistas das ruas para cá, porque muda o público do museu, convida mais pessoas a frequentarem o espaço. Fico muito feliz que os museus estão abertos para outras formas de arte”, opina a universitária, que, em seis meses morando na capital mineira, já se tornou fã do Circuito Liberdade.
“Desde que cheguei, o CCBB foi o museu que mais frequentei. Mas já fui em vários do Circuito Liberdade. Existe uma certa praticidade em ter um circuito cultural. Você sai de casa no final de semana e já consegue acessar vários espaços em um único dia, o que facilita muito a questão da locomoção, principalmente para quem mora longe”, avalia.
História
O Circuito Liberdade surgiu a partir da inauguração da Cidade Administrativa. Com a transferência da sede do governo para a região Norte de Belo Horizonte, em 2010, os prédios históricos da Praça da Liberdade, antes ocupados pelas secretarias, foram transformados em espaços culturais com foco na arte, na cultura e na preservação do patrimônio.