Por João Henrique do Vale
As regras apresentadas pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) para a reabertura do comércio na capital mineira foram duramente criticadas pelos presidentes da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) e da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). Os representantes das entidades, em entrevista coletiva concedida na manhã desta quinta-feira, também cobraram mais diálogo.
Os protocolos de reabertura foram apresentados nessa quarta-feira em reunião entre a prefeitura e alguns setores de comerciantes. A CDL e a Abrasel não foram convidadas para participarem no encontro. Motivo que levou as duas entidades a criticar as ações da administração municipal.
“Estamos chateados e indignados. Em toda a história da CDL, o diálogo sempre foi a tônica, mesmo com opiniões diferentes. O que aconteceu ontem, já era esperado. Mas, nada novo foi apresentado. Esses protocolos anunciados já estavam na PBH há 60 dias”, comentou Marcelo Souza e Silva, presidente da CDL.
De acordo com ele, dados da junta comercial mostram que 7,2 mil empresas foram fechados entre março e junho. “A gente acredita que esse número já dobrou. Temos 10% de perda de empregos, o que representa aproximadamente 140 mil pessoas nas ruas”, afirmou Marcelo Silva.
“Queria mandar um recado para o Kalil: prefeito, você virou as costas para o comércio de BH e o comércio está sangrando por sua culpa”, criticou.
Falha na ampliação de leitos
O presidente da CDL criticou as ações da prefeitura de Belo Horizonte, principalmente em relação a ampliação de leitos. “Queríamos o cronograma de abertura de leitos de UTI e enfermaria. Isso que importa para a reabertura do comércio”, disse Marcelo Silva.
Criticas ao protocolo
O presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, afirmou que nenhuma cidade no mundo manteve tanto tempo fechado os bares e restaurantes. Ele também criticou os protocolos de reabertura divulgados pela prefeitura de Belo Horizonte.
“Ontem, foi uma coisa decepcionante. Anunciaram um protocolo de quem não conhece o setor. Hoje, um restaurante mediano poderá receber seis clientes. Já as lanchonetes nenhum cliente. Uma família não pode ir aos restaurantes, pois o protocolo permite apenas duas pessoas por mesa. No país, por exemplo, em São Paulo, são permitidas seis pessoas por mesa. No Rio de Janeiro, sequer tem restrições”, disse Paulo Solmucci.
Segundo o presidente da Abrasel, o fechamento dos bares e restaurantes por mais de 100 dias já proporcionou a perde de 40 mil empregos até junho. “Devemos chegar a 60 mil”, completou.