Pep Guardiola sempre gostou de utilizar um de seus laterais se deslocando com assiduidade para o meio. O objetivo é proporcionar ao seu conjunto superioridade numérica na parte mais nobre do campo.
Atualmente, no Manchester City, o catalão tem colocado esta ideia em prática com Gvardiol, croata que é zagueiro de origem, o que aumenta o tom vanguardista na aplicação deste conceito hoje por parte desse gênio da estratégia.
Discípulo do técnico mais famoso e vitorioso dos nossos dias, Sampaoli, durante sua passagem pelo Galo, quis, de certa forma, copiar a filosofia em tela pedindo para Guilherme Arana afunilar com frequência na fase ofensiva.
Quando Milito passou a utilizar este mesmo atleta como armador do seu escrete, vários comunicadores fizeram alusão ao período em que este último fora comandado pelo mencionado argentino sem as devidas ressalvas.
Uma coisa se mostra permanecer tendo a lateral qual o seu habitat natural, partindo dali periodicamente, surpreendendo o oponente, começando a transitar mais pelo meio. Outra completamente diferente é já operar originalmente como o 10 da equipe, recebendo a bola usualmente de costas, sendo visado mais de perto e mais diretamente pelos volantes rivais.
Não vou dizer que Milito errou ao escalar Arana na função de arquiteto contra o Flamengo, este mesmo procedimento deu muito certo em outras oportunidades. Penso, contudo, que o treinador Alvinegro pode rever este conceito para o segundo jogo da decisão frente ao rubro–negro.
Talvez seja melhor optar por Vargas ou Kardec, tentando emular o que fez Deyverson na Libertadores, com o intuito, entre outras coisas, de ganhar poder de fogo na frente.