Morreu ontem, aos 73 anos, aquele que foi provavelmente o maior publicitário brasileiro de todos os tempos: Washington Olivetto. Apaixonado pelo futebol, sua vida, não poderia ter sido mais marcada por vínculos diversos com o esporte bretão. No início da década de 1980, essa multifacetada inteligência do nosso país foi vice-presidente de marketing do Corinthians, clube do seu coração.
Neste posto, nosso homenageado de hoje revolucionou o meio da propaganda também no universo da modalidade mais popular do mundo. Um dos criadores da Democracia Corinthiana, expressão que pegou emprestada do seu também brilhante compadre, Juca Kfouri, num desses acasos maravilhosos que acontecem aqui e acolá, aproveitou, no melhor dos sentidos, as presenças no elenco do clube paulista de figuras especiais com forte consciência política, como as de Sócrates e Casagrande, para subverter a ordem, na mais feliz das acepções.
Decisões importantes no vestiário e nos gabinetes passaram a ser tomadas não apenas por cartolas e treinadores. Atletas, altamente intelectualizados, passaram a possuir vaz e a aura de divisão do poder, que reinava na agremiação alvinegra, ressoou, para contribuir – por que não – para o fim da ditadura na nossa nação.