O termo “cruzeirar” se popularizou durante a pior gestão da qual tenho conhecimento num clube de futebol em todos os tempos: a de Itair Machado e Wagner Pires na Raposa. Na época, ótimos jornalistas como Mauro Cézar Pereira e alguns outros não tão competentes, utilizaram bastante também a expressão “doping financeiro”, para descrever os descalabros monetários que o celestes realizavam a despeito das dívidas numéricas. Deu no que deu.
O Corinthians, hoje virtualmente tão endividado contra os mineiros na época, apesar de possuir um potencial de arrecadação maior por ter uma quantidade de torcedores superior que a de Atlético e a do clube das cinco estrelas somadas, e ser, por certo prisma, a principal potência do estado mais rico do Brasil, anunciou na segunda-feira (9/9) a aquisição de Memphis Depay, com contrato até o fim de 2026, por R$ 3,5 milhões de reais por mês.
Na época que o clube da Toca era dilapidado e a maior parte da imprensa mineira se calava, muita gente na mídia paulista criticou. Muitos, porém, sem fazer Justiça às raras exceções. Até aqui, vozes dissonantes na capital financeira do país andam ressoando, qual a do próprio Mauro, a de Juca Kfuri e de alguns outros.
Proporcionalmente, porém, pelo escândalo da contratação em tela, pelo tamanho do aprendizado que aconteceu no lado azul de BH, e pela desmoralização dos veículos mineiros – justa, repito, em grande medida advinda em terras paulistanas – em nome da coerência, caberia gritaria mais generalizada.