24/01/2024
Redação: João Henrique do Vale
Imagem: Júnior de Castro / Rede 98
O prefeito Fuad Noman (PSD) fez um balanço do temporal que atingiu Belo Horizonte na noite de terça-feira (23). O chefe do Executivo Municipal ressaltou que o grande volume de chuva que atingiu a capital mineira é o “novo normal”. Além disso, ressaltou que as obras que foram realizadas na cidade acabaram “respondendo adequadamente” e que os alagamentos nas vias da cidade foram provocados pelo lixo deixado pelos moradores na porta das casas antes do horário determinado para a coleta.
O prefeito afirmou que a região da Avenida Tereza Cristina recebeu o maior volume de chuva, aproximadamente 90 milímetros, e nenhuma ocorrência foi registrada. No local, a prefeitura construiu uma bacia de contenção capaz de reter 270 milhões de litros d’água.
Bueiros lotados
Fuad pediu, ainda, que os belorizontinos façam o descarte correto de lixo, para evitar o entupimento de bueiros. “[Tivemos] algumas ruas com alagamentos, não motivados por transbordamento. O problema todo foram as ruas, que encheram. Boca de lobo com muito lixo. As pessoas deixaram o lixo na rua antes da chuva, e ela acabou levando”, afirmou. “Precisamos pedir muito à população, principalmente nessa época de chuva, não jogar lixo na chuva. Por que isso entope a boca de lobo, isso causa problemas muito sérios nesse momento. Grande parte dos alagamentos aconteceu não por que o rio transbordou, mas por que a boca de lobo não conseguiu comportar aquela água”, completou.
Comparação com gestões anteriores
Fuad comparou, ainda, as ocorrências desta terça-feira com episódios de gestões anteriores da PBH. “Se essa chuva tivesse acontecido em alguns anos anteriores, o desastre teria sido muito maior. Ou seja, as obras que a Prefeitura vem fazendo estão respondendo. Ainda não estão todas prontas, algumas não estão nem iniciadas, e isso ainda permite que tenham algumas áreas [de maior risco]”, afirmou. “É uma guerra. Estamos caminhando nesta guerra, conseguindo algumas vitórias. Mas temos ainda que lamentar alguns danos”, completou.
2 mil desalojados em Venda Nova
O prefeito ressaltou, ainda, a ausência de ocorrências de deslizes de encostas e desabamento de residências. Ainda conforme o chefe do Executivo, a região com ocorrências mais críticas foi a Vila do Índio, em Venda Nova, onde foram registradas quedas de passarelas e travessias sobre rios. A previsão é de que 2 mil pessoas sejam desalojadas do local.
Alagamentos
Durante o temporal, nenhum córrego transbordou na cidade. O prefeito Fuad Noman ressaltou que os problemas registrados nas avenidas foram provocados pelo entupimento dos bueiros. “Os problemas que tivemos foram nas ruas que encheram. Bocas de lobo com lixo, pois as pessoas deixaram o lixo na rua antes do horário. A maior parte das ruas alagadas foi por causa da boca de lobo que não conseguiu absorver as águas”, ressaltou.
Em três horas, a cidade recebeu 26% do volume de chuva esperado para todo o mês. Segundo dados da Defesa Civil, até 22h, a Região Oeste da capital mineira recebeu 86,6 milímetros de chuva, o que corresponde a 26,2% do total esperado para todo o mês. A Pampulha recebeu 76,6 mm (23,1%) e Centro-Sul, 68mm (20,6%). A média climatológica para janeiro é de 330,9 mm.
Nesta quarta-feira (24), a previsão é de mais precipitações, por vezes fortes, acompanhadas de raios e rajadas de vento ocasionais.
Bairros seguem sem energia elétrica
Bairros das regiões Centro-Sul, Nordeste, Pampulha e Venda Nova, na capital mineira, ainda seguem sem energia. A previsão da Cemig é de que o serviços seja restabelecido até o fim do dia.
De acordo com a Companhia, a falta de energia elétrica está pulverizada e sem grandes blocos. A Cemig ressalta que, além das descargas atmosféricas e da chuva, a ventania, que atingiu a velocidade de 86 quilômetros por hora, foi a principal causa dos desligamentos.
“Devido à força do vento, foram registradas quedas de árvores de grande porte, bem como objetos lançados em direção à rede elétrica, como partes de telhados e galhos, que provocaram quebra de postes, curtos-circuitos e rompimentos de cabos”, afirmou a Cemig.