Às vezes, um escritório de arquitetura, uma construtora ou poder público imagina um projeto grandioso, viaja nos detalhes da construção, nos materiais, nos volumes, enfim, voa longe e acontece de falhar ou durante a edificação ou mesmo depois de finalizar a obra, quando ela vai finalmente ter a função para a qual foi pensada.
Há inúmeros exemplos aqui no mundo afora, seja de cálculos errados, de superfaturamento, de desvio de verba, enfim, tem de tudo nessa área. Em 2004, por exemplo, Madrid decidiu que queria seu próprio edifício ao estilo Guggenheim, um complexo cultural que pudesse rivalizar com a filial do museu em Bilbao.
Alcorcón, uma cidade na região metropolitana de Madrid, parecia o local perfeito para construir o Centro de Creación de Las Artes Alcorcón, conhecido por sua sigla em espanhol.
O ambicioso projeto se estendia por mais de 65.000 m² e incluía nove instalações culturais, além de diversos estúdios e outros espaços que poderiam funcionar de forma independente do centro. Quando a crise financeira de 2008 atingiu a Espanha e o resto do mundo. A falta de financiamento fez o projeto parar e eventualmente ser abandonado. Pois é, ele estava 70% concluído e foi abandonado.
Outro exemplo: um projeto de habitação social dos anos 50 em Saint Louis, nos Estados Unidos. Ele foi projetado por Minori Yamazaki, o arquiteto das Torres Gêmeas de Nova York. O complexo incluía 33 edifícios de 11 andares para escada, refletindo os princípios e influências modernistas de Le Corbusier.
E, apesar das boas intenções, o conjunto foi rapidamente entrando em declínio por falta de manutenção regular e acabou sendo demolido em 1976.
E aqui em BH, hein? Quais os exemplos que te vêm à mente?