Final entre times de praças pequenas é um problema? Se você é mineiro e acha que às vezes as nossas cores são menos prestigiadas em rede nacional, olha a situação da NBA, maior liga de basquete do mundo.
Na noite de sábado, da semana que passou, o Indiana Pacers celebrou a ida para a final contra o Oklahoma City Thunder e há quem diga que a ida das duas equipes de praças pequenas para final pode representar um problema em termos de audiência ou arrecadação para NBA.
Presta atenção nos números: Indianápolis, terra do Indiana Pacers, é a 25ª praça em termos de audiência nos Estados Unidos. O estado de Oklahoma tem 4 milhões de pessoas, menos que a população da região metropolitana de Belo Horizonte e menos da metade da população de Nova York, por exemplo.
Sobre a audiência na TV, os gestores da NBA estão seguros que com mais ou menos gente assistindo, o faturamento por lá pouco varia, porque venderam os direitos de mídia por 11 anos.
No ano passado, a Liga celebrou um contrato de 75 bilhões de dólares pelos 11 anos de contrato, aproximadamente R$422 bilhões, o que daria algo na casa dos R$38 bi de reais por ano.
Aqui no Brasil, em 31 de janeiro desse ano, todos nós comemoramos o aumento no valor cobrado pelos clubes do Campeonato Brasileiro de futebol da Série A e chegamos a um total de quase R$1,5 bilhão por ano. Recapitulando, a NBA recebe 38 bilhões por ano de TV.
Ainda sobre as praças pequenas na NBA e aqui, estimativas de mercado dizem que se a final fosse para Nova York, só de ingresso, a renda seria cinco vezes maior, finalizando eles. Num primeiro momento, a turma pouco se preocupa das praças e de ter praça pequena na final para um ano específico. Mas se isso durar por muito mais tempo lá, como é que vai ser?
Trazendo para nós aqui, a final da Libertadores de 2009, entre Cruzeiro e Estudiantes, não teve TV aberta para praças como Rio e São Paulo. E eu cheguei em um congresso sobre mídia esportiva e vi um executivo da TV presente e falar assim:
“Gente, não faz sentido nenhum passar um jogo de uma praça fora de São Paulo lá. Vocês imaginam a TV de São Paulo transmitindo um jogo de um time que não é da cidade?”
E eu fiquei na plateia pensando: “Gente, mas eu sou de BH, vejo isso todo fim de semana. Como é que é isso, hein?”
Enfim, o dinheiro, a praça grande e os esportes voltam a andar juntos, e não é só aqui no Brasil não que a turma torce nariz para quando alguém de fora do eixo chega junto.
Amanhã eu volto com mais, pensemos. Ah, o primeiro jogo da final da NBA entre Oklahoma City Thunder e Indiana Pacers é na quinta-feira, às 21h30.