Quando alguém pensa em jardinagem e em paisagismo, logo vem na cabeça da gente ambientes floridos, harmônicos e organizados geometricamente. Quanto mais exótica a folhagem, mais apreciado o jardim. Será que tem que ser assim?
Tem uma vertente do paisagismo que tem ganhado mais força aqui no Brasil que é a valorização dos jardins naturalistas, com composições muito próximas às que ocorrem naturalmente. Nesses jardins, as plantas nativas exigem baixa manutenção e respeitam o habitat ao redor.
Eu acho importante lembrar que o Brasil tem uma colonização europeia muito forte. Desde criança, a gente aprende a valorizar o que é de fora. Isso está enraizado em nossa cultura e, com certeza, nos afasta da essência de país tropical dono de uma natureza singular que a gente tem. E ainda bem que essa ideia está em fase de mudança, não é?
A gente vive em uma época marcada por grandes transformações, expansão urbana, monoculturas, pecuária, mineração e intercâmbio de espécie, que são algumas das principais atividades que acentuam o processo de desequilíbrio ambiental. O paisagismo tem a responsabilidade de propor formas mais sustentáveis de transformar a paisagem, concorda?
Ah, sobre essa vertente do paisagismo denominada “naturalista”, que traz conceitos ecológicos fundamentais para pensar nos jardins adaptados para cada contexto, celebrando as melhores qualidades de cada bioma, nós postamos, esta semana, no Instagram @tendencias.mag, um projeto lindo do Felipe Fontes no Sul da Bahia que é nessa linha. Corre lá para você ver que beleza!