A autoria do Ramayana é atribuída a Valmiki, que, antes de ser um sábio, foi um ladrão. Das várias histórias que contam sobre isso, dizem que um dia Valmiki tentou roubar um pote de ouro de um yogi, que acabou impedindo.
Mas o yogi o perguntou: “Por que você rouba?”
Valmiki respondeu: “Minha família depende de mim.
E o yogi retrucou: “Então eles devem amá-lo muito”.
Aquelas palavras ficaram ecoando. Em casa, Valmiki percebeu que o amor que imaginava não existia. Havia apenas cobrança e fome. Triste, ele voltou ao yogi e pediu para aprender o desapego.
Meditou tanto que formigas fizeram morada sobre o seu corpo. E foi ali, no fundo de um formigueiro, que ouviu o choro de Sita, esposa do príncipe Rama. A compaixão o despertou.
Ele saiu da meditação e acolheu Sita. Dessa dor nasceu o Ramayana. Valmiki descobriu que o verdadeiro caminho não é fugir do mundo, mas servir a ele. Porque a iluminação só é real quando acende também o coração do outro.
