Em nossa Quinta de Vinhos aqui no Líquido & Certo, o assunto hoje é uma técnica ancestral de produção que vem sendo resgatada por enólogos da Europa. Trata-se do método de submersão das uvas no mar para intensificar o sabor dos frutos.
Esse processo, criado pelos gregos há mais de 2.000 anos, que mergulhavam as uvas no Mar Egeu, foi retomado na ilha italiana de Elba, da região da Toscana, em 2018, pelo enólogo Antônio Arrighi. Os cachos de uvas são submersos a 10 metros, que permanecem por cinco dias descansando no fundo do mar.
Após esse período, as cascas das uvas perdem a cera natural que as encobrem, secando muito mais rapidamente ao sol. O efeito da água salgada sobre os frutos vai além disso, sendo também antioxidante e desinfetante.
Arrighi garante que o vinho marinho tem o dobro dos fenóis de um vinho comum, e o seu sabor varia de um ano para o outro, uma vez que não há como controlar os efeitos da água do mar sobre os frutos, ou seja, os vinhos produzidos com essa técnica sempre serão únicos.
Únicos e raros, pois até agora, o enólogo só conseguiu produzir 300 garrafas, dando o direito ao cliente de comprar apenas uma sob reserva ao preço de 200 €, o que hoje custaria o brasileiro em torno de R$ 1.220. Até que me surpreendi, não é tão caro como eu pensei que seria.