Com a carreira solo mais agitada do que nunca, Samuel Rosa segue em frente após mais de 30 anos de estrada com o Skank. Após o “divórcio”, que rendeu uma grande turnê de despedida, Samuel não quis descansar ou tirar um tempo sabático. Pelo contrário, ele já lançou seu novo projeto!
Em menos de um ano, Samuel voltou ao estúdio para gravar seu mais recente álbum com dez faixas inéditas, chamado “Rosa”. Em entrevista ao De Carona da CDL FM, o músico falou a respeito da transição de um ciclo para outro. Ou seja, vida de músico com a banda, que manteve a mesma formação desde que foi criada, para a de carreira solo.
“O processo de uma banda não é uma coisa simples. Imagina você conjugar cinco cabeças pensantes? E foram uns 30 anos de uma banda que estava em atividade. Tocávamos em festivais e tudo mais, sem cair no ostracismo. Eu acho que tá pago! O ciclo fechou, teve começo, meio e fim”, disse Samuel.
“O Skank tratou muito bem do fim, assim como tratou do começo. Houve uma turnê linda de despedida, com 100 shows em um período de um ano. Tudo culminando com aquela catarse no Mineirão para 60 mil pessoas. Agora eu parto para aquilo que foi muito anunciado. Tenho até brincado que cada um sai do Skank com o que deu”, completou Samuel.
Dez tons de Samuel Rosa
Com a despedida da banda ocupando a cabeça do vocalista e shows em celebração aos discos clássicos, O Skank não apresentou nenhum trabalho inédito nos últimos anos. O que parece ter despertado a criatividade de Samuel, como ele mesmo explica.
“No final do Skank, estávamos pensando mais em turnê de despedida, revisão de carreira e shows comemorativos de discos. Porém, álbum de inéditas não teve. Por isso, talvez, tentando achar uma explicação para essa fluência que surgiu nessa virada de músico de estrada para músico de estúdio, eu compus 20 músicas. Mas escolhi gravar apenas dez”, salientou.
Rosa no Cangaço Novo
Neste novo trabalho, o compositor trouxe para as letras encontros e desencontros sobre a vida amorosa. Contudo, nem tudo é sobre amor. Ou talvez sim. Sobre isso, é necessário destacar a segunda música do álbum, “Ciranda Seca (Dinorah)”, que faz parte da trilha sonora da série Cangaço Novo, do Prime Video.
“Dinorah a gente fez em homenagem à personagem de Alice Carvalho, para série Cangaço Novo, uma coisa brasileira misturada com reggae, meio parecido com Clube da Esquina, ‘dias que viram noite neste seu olhar'”, cantarolou o músico durante a entrevista.
Rompimentos cicatrizados
Sem sair do campo do romantismo, da despedida, Samuel lembrou que Rosa também é um disco autorreferente. No álbum, ele aproveita para falar da relação com sua esposa, de rompimentos pessoais, da banda, de trabalho e amigos.
“Todo e qualquer tema que não fosse perto disso me soava meio ‘patinho feito’, meio fora do disco. Então preferi deixar outros temas para frente. Eu queria que o disco fosse uma coisa só, uma unidade”, explicou Samuel, que enxerga o resumo do trabalho como uma síntese de algo já cicatrizado.
Novos companheiros de estrada
“Rosa” foi concebido no estúdio Querubins, em BH, e finalizado no Sonastério, em Nova Lima. No local, Samuel se reunia com Doca Rolim (guitarra), Alexandre Mourão (baixo), Pelotas (teclado) e Marcelo Dai (baterista). O quarteto já vem o acompanhando em apresentações nos últimos anos.
“Eu optei fazer 40 shows no ano passado, e muita gente perguntou se eu ia fazer um ano sabático. Até gostaria, mas não era o ideal. Achei que isso era a melhor maneira de preparar a banda para entrar no estúdio com certo entrosamento. Nesse tempo, descobri que esses caras, além de grandes músicos de estradas, são ótimos criadores, arranjadores”, contou o mineiro.
A capa mística de Rosa
A capa de Rosa ficou por conta do artista plástico paulista Stephan Doitschinoff. Em um encontro, Samuel falou sobre seu momento de vida, sobre músicas, sobre o norte de Minas e Guimarães Rosa.
Tudo isso para inspirar a arte que traz uma espécie de simbologia inca, um inca mineiro: “Achei o resultado genial, uma sintonia comigo sensorial, mediúnica”!
Samuel Rosa Tour
Após tantos detalhes sobre o novo trabalho de Samuel Rosa, agora só falta conferir de perto a apresentação de “Samuel Rosa Tour“, que chega à capital mineira em 17 de agosto, para um show único no BeFly Hall (antigo Arena Hall), às 20h.
Os ingressos custam a partir de R$ 90 e podem ser adquiridos no site (acesse aqui). Além das canções inéditas, haverá releituras de hits já conhecidos.
“Quero trazer para o show novo as músicas que compus ao longo desses anos, muitas já conhecidas pelo grande público, agora tocadas com a assinatura que minha nova banda imprime naturalmente”, ressalta Samuel, que também interpretará releituras que gravou com outros artistas.