Dividi o palco com professor Gabriel Perissé, em uma palestra para professores. Na hora do almoço, ele me perguntou se eu tinha visto a série “Ruptura”, da Apple. A trama explora uma premissa intrigante: e se fosse possível separar completamente as memórias do trabalho das memórias da vida pessoal?
Na série, os funcionários de uma empresa passam por um procedimento que cria essa visão, permitindo que nunca se lembrem quem são ao entrarem no escritório. O mesmo acontece ao voltarem à vida pessoal. Parece uma solução ideal para evitar as doenças provenientes do excesso de trabalho e aumentar a produtividade. Mas levanta uma questão fundamental: o que nos torna inteiros e reais, senão nossas memórias e experiências acumuladas?
No mundo real, a tendência é contrária a essa compartimentação. Cada vez mais fala-se em integrar vida pessoal e profissional valorizando diversidade, empatia e experiências que enriquecem o trabalho e o ambiente de trabalho.
Nossa criatividade, capacidade de resolver problemas dependem das vivências que carregamos. “Ruptura” nos faz refletir que o desafio não é dividir quem somos, mas sim encontrar equilíbrio para viver de forma mais completa e humana.