Conforme previsto, o Banco Central anunciou o aumento da taxa Selic. Este é o oitavo aumento consecutivo e, pela primeira vez, atinge patamar acima de 10% em quatro anos e meio.
Sabemos que esta elevação é necessária como medida para estabilizar os preços em longo prazo, contudo, acreditamos que o Banco Central deveria utilizar simultaneamente as políticas monetária e fiscal. O foco no controle das contas públicas e contenção de despesas permitirá estabilidade econômica e maior garantia para a retomada do crescimento.
Com um cenário pandêmico ainda persistente e, por consequência, incertezas no mercado, o aumento dos juros vai impactar negativamente o desempenho real da economia. Com taxas mais elevadas, as empresas tendem a retrair os investimentos, que são os responsáveis por gerar emprego e renda, o crédito fica mais caro, temos aumento da inadimplência e o dinheiro em circulação diminui.
Como entidade representativa do setor de comércio e serviços, que sofre diretamente os impactos da Selic, esperamos que o governo tenha o cuidado de manter uma taxa que não retraia o crescimento econômico em longo prazo. Que seja capaz de controlar a inflação, garanta a recuperação da atividade econômica de forma sustentada, promova reformas estruturais, tenha zelo nos gastos públicos, faça revisão de despesas e trabalhe pelo desenvolvimento social.