Dia desses escutei um comentário muito interessante numa reunião de amigos, em um bar. Um amigo, artista plástico, designer, dizia que duvidava de degustadores de vinho, e ele se referia especificamente ao vinho, que sentem aromas específicos de alguma fruta, de ervas, de mineral, tabaco. Na interpretação dele, essas percepções são chutes, inventadas mesmo.
Então, em defesa de todos nós, profissionais de sommelieria, seja de qual bebida for, eu perguntei a ele quando ele olhava para uma cor, e a dissecava, definindo sua formação a partir de cores primárias e secundárias, se também era chute. Afinal, para qualquer leigo, qualquer cor é apenas uma cor. Não sabemos quais junções, de colorações foram feitas para se chegar aos diferentes tons que enxergamos.
Ele se deu por vencido e aceitou o meu argumento, reformulando sua interpretação do trabalho importantíssimo de um sommelier, de um degustador experiente. Todos os sentidos são treináveis, e a degustação de qualquer bebida utiliza cada um dos nossos sentidos. Não pense que, ao degustar um vinho, o profissional da área já não treinou, treinou e treinou suas ferramentas sensoriais, tal como um atleta, um músico, um cantor, que exercitam suas potencialidades voltadas à sua área