Um dos maiores nomes da música popular brasileira retorna aos holofotes com a estreia do documentário Noel Rosa – Um Espírito Circulante, que chega aos cinemas nesta quinta-feira (24/4). Dirigido e roteirizado por Joana Nin, o longa mergulha na vida e na obra do compositor carioca, que mesmo morrendo jovem, aos 26 anos, em 1937, deixou um legado imortal de quase 250 músicas que moldaram os caminhos do samba.
A partir de um passeio sensível pelo bairro de Vila Isabel, zona norte do Rio de Janeiro e berço criativo de Noel, o filme costura passado e presente para mostrar como a figura do artista ainda pulsa nos becos, praças e melodias do cotidiano. A proposta do documentário vai além da biografia: ele constrói um retrato coletivo, reunindo memórias, sons e vozes que atravessam gerações.
Com depoimentos históricos de antigos parceiros como Cartola, Aracy de Almeida e Marília Batista, a produção também dá espaço a intérpretes contemporâneos como Dori Caymmi, Moacyr Luz, Mart’nália e Edu Krieger. Esses encontros musicais revelam a permanência do espírito boêmio e poético de Noel Rosa na cultura brasileira.
O filme traz ainda uma cuidadosa curadoria musical assinada por Henrique Cazes, com produção musical de Fábio Nin. A pesquisa de arquivos, essencial para resgatar raridades e registros preciosos, contou com nomes de peso como Beth Formaggini, Patrícia Machado e Gabriela Santiago. Iniciado anos atrás, o projeto precisou ser interrompido durante a pandemia, sendo finalizado em 2023 e exibido pela primeira vez no Festival do Rio, em 2024.
Noel Rosa – Um Espírito Circulante é uma produção da Sambaqui Cultural, com distribuição da Boulevard Filmes e codistribuição da Vitrine Filmes. O lançamento conta com apoio da Lei Paulo Gustavo, do Governo Federal e do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas.
Para os amantes da música brasileira e para quem deseja conhecer mais de perto a alma do samba, o documentário é um convite à redescoberta de Noel Rosa, uma figura que, mesmo ausente fisicamente há quase 90 anos, continua circulando entre nós através da sua arte.
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