A atriz, cantora e humorista Dercy Gonçalves faleceu há quase 17 anos. Já Jô Soares, em agosto, fará 3 anos de sua morte. Recentemente, uma entrevista dele com Dercy voltou a ganhar destaque, especialmente quando os dois falam sobre análise, ou seja, terapia.
Dercy explica que fez terapia por muito tempo e ela ajuda no autoconhecimento, permitindo que a pessoa descubra questões profundas, como o complexo do abandono, a rejeição e a solidão, mas com o tempo vai aprendendo a lidar com tudo isso.
Ela diz: “Eu já tive tudo isso. E quando vem, porque vem, eu entro nela, deixo ficar um pouquinho e depois mando embora”. Para quem conheceu Dercy, é claro que essa fala veio acompanhada de algumas palavras mais diretas. Durante a entrevista, ela também conta que quando sente a tristeza se aproximando, ela grita dentro de casa, como se fosse um chamado para si mesma, uma forma de despertar e não se deixar levar.
Diz que é como se um espírito que tenta afastá-la da sua verdade, da sua bondade, mas que no fundo não é nada sobrenatural, é apenas o cérebro, um órgão que poucos cuidam.
“A gente cuida do dedo do pé, do cabelo, mas por dentro ninguém cuida”. Finaliza a atriz numa reflexão que continua atual. Em um mundo onde cada vez mais pessoas falam sobre saúde mental, a sabedoria dessa mulher irreverente ainda faz muito sentido.
Afinal, olhar para dentro e cuidar do que sentimos deveria ser tão natural quanto cuidar do restante do corpo.