Mário Quintana foi um poeta e jornalista gaúcho de textos admiráveis. Era um homem sábio, muito querido por colegas de profissão, familiares e amigos. Optou por viver sozinho em hotéis, onde acreditava ter mais liberdade e praticidade. Inclusive, um desses hotéis em que ele morou foi transformado na Casa de Cultura Mário Quintana, lá em Porto Alegre.
Como acontece de vez em quando, um poema de Quintana ganhou as redes sociais, talvez até por insistir em que a gente reflita sobre o tempo e a vida. O poema se chama “Seiscentos e Sessenta e Seis”. Veja que lindo:
“A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são 6 horas: há tempo…
Quando se vê, já é 6ª feira…
Quando se vê, passaram 60 anos!
Agora, é tarde demais para ser reprovado…
E se me dessem – um dia – uma outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio
seguia sempre em frente…
e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.”
Serve bastante para a gente refletir o que a gente tem feito com o tempo. Dizemos que não temos mais tempo, mas nós mesmos que o administramos.