Você já se sentiu mal por não ter lido um livro que está lá na sua estante? Pois é, justamente sobre isso que fala Pierre Bayard em “Como Falar Dos Livros Que Não Lemos”. O autor nos provoca dizendo que ninguém consegue ler tudo que existe.
Ele mostra que lidamos com livros de várias formas. Alguns só ouvimos falar. Outros apenas folheamos. Alguns esquecemos depois de um tempo e poucos realmente lemos do início ao fim. Bayard defende que isso não é falha, mas parte da vida cultural.
O que importa não é acumular títulos lidos e sentir repertório para dialogar, saber em que contexto um livro está e como ele se conecta com outros. Ou seja, mais do que decorar páginas, é aprender a relacionar ideias.
Com humor e ironia, Bayard nos lembra que todo leitor é também, em parte, um não leitor. Porque sempre haverá mais livros do que tempo. No fundo, o convite do autor é para deixar a culpa de lado e, olha, os livros que temos na nossa estante falam muito da nossa identidade.
São curiosidades que nós temos, interesses que nós temos. Acaba que, só de tê-los por perto, parece que eles não são familiares. Então, o importante é ler e ter prazer com a leitura.