O apresentador Jimmy Kimmel voltou ao ar com o programa Jimmy Kimmel Live!, nessa terça-feira (23/9), após seis dias de suspensão pela ABC em meio a críticas a comentários relacionados ao assassinato do ativista conservador Charlie Kirk. O retorno reacendeu debates sobre liberdade de expressão e censura.
Kimmel abriu o programa com um monólogo carregado de emoção, recebendo aplausos de pé da plateia. Ele afirmou que nunca foi sua “intenção zombar do assassinato de um jovem”, enfatizando que suas falas foram mal interpretadas.
O apresentador também criticou o que chamou de “censura” e “bullying político”, apontando diretamente o governo Trump e a FCC (Comissão Federal de Comunicações dos EUA) como responsáveis por tentar calar vozes críticas. Assista ao monólogo de volta de Jimmy Kimmel completo:
Programa não retorna integralmente
A suspensão havia sido anunciada na última quarta–feira (17/9), quando a ABC decidiu retirar o talk show do ar após forte repercussão negativa. Pressões vieram de autoridades e grupos conservadores, incluindo Brendan Carr, presidente da FCC, que sugeriu sanções à emissora.
A Disney, controladora da ABC, declarou que a medida buscava “reduzir tensões”, mas manteve negociações com Kimmel durante o período.
Mesmo com a volta, o programa não retornou integralmente: mais de 70 afiliadas ligadas aos conglomerados Nexstar e Sinclair decidiram manter o boicote, recusando-se a exibir o episódio.
Durante o monólogo, Kimmel agradeceu a aliados e críticos que defenderam seu direito de se expressar, inclusive algumas vozes conservadoras. Ele também reforçou que entende quem se sentiu ofendido, mas destacou que seu alvo sempre foi a exploração política de tragédias, e não a vítima em si.
O retorno gerou reações diversas. Parte do público celebrou o episódio como um marco contra a censura, enquanto opositores apontaram ausência de um pedido de desculpas mais direto. Analistas ressaltaram ainda que a suspensão expôs o quanto redes de TV podem ser vulneráveis a pressões externas.
Relembre a suspensão
Na última quarta–feira, a ABC anunciou que retiraria temporariamente o programa de Jimmy Kimmel do ar, após pressão política e repercussão negativa sobre um segmento no qual Kimmel fez comentários sobre a morte de Charlie Kirk.
As falas geraram reações fortes por parte de figuras governamentais, em especial Brendan Carr, presidente da FCC, que chegou a sugerir sanções contra a emissora.
Além disso, dois grandes grupos proprietários de afiliadas da ABC — Nexstar e Sinclair — anunciaram que continuariam a não exibir o programa mesmo após o retorno oficial, mantendo um boicote parcial à transmissão.
A Disney justificou a suspensão como uma medida para evitar escalada da tensão política, alegando que alguns dos comentários de Kimmel haviam sido “inoportunos e insensíveis”. Por outro lado, a distribuidora declarou que mantinha diálogo com o apresentador, e que “conversas profundas” resultaram na decisão de reintegrar o show.