Hoje, Sexta-Feira da Paixão, muita gente mantém a tradição de servir bacalhoada no almoço. O que seria um dia de sacrifício e moderação passou a ser um banquete dos mais caros. Acho que a distorção religiosa deste dia acabou gerando uma superstição de comer bacalhau na Sexta-Feira da Paixão para não dar azar.
Seja por tradição, por superstição ou porque simplesmente é gostoso, já que a iguaria será servida de qualquer jeito, o melhor mesmo é harmonizá-la com as bebidas adequadas. Se for para acompanhar o prato com vinho, procure aqueles com acidez assertiva, como sauvignon blanc, por exemplo, que podem limpar o paladar entorpecido pelo azeite que domina a preparação.
Já se a cerveja for a bebida escolhida, minha sugestão é a German Pills da Krug Bier. Essa é uma das poucas representantes brasileiras desse estilo, e acaba de ser eleita a melhor pilsen do Brasil pelo caderno Paladar, do jornal “O Estado de S. Paulo”.
É um estilo de cerveja que mescla as notas maltadas, lembrando casca de pão com lúpulos herbais de amargor intenso e seco ao final da boca. Perfeita para a quantidade de azeite que a bacalhoada tradicional carrega.
Se a intenção é não beber álcool, por que não um mocktail, feito de água gasosa, limão e hortelã? Um mojito zero, que tem a acidez do limão para fazer corte de gordura. Com harmonizações certas, toda comida atinge o seu ápice em sabor.