Gabriel Milito tem sido alvo de enorme pressão de boa parte da torcida. Se outrora nos seus movimentos iniciais pelo Galo, o argentino virou sinônimo de excelência, um ídolo quase instantâneo dos adeptos, hoje, pela queda de rendimento do time num passado mais recente, o que fora unanimidade, sempre burra, segundo Nelson Rodrigues, transformou-se em rejeição gigantesca.
De fato, e confesso que até surpreendentemente, o nível do labor do técnico alvinegro caiu de qualidade bastante nos últimos enfrentamentos. Seu conjunto não vem performando bem. Suas escolhas, às vezes, extrapolam qualquer lógica, flertam com o inexplicável.
Na partida contra o Fluminense, por exemplo, os equívocos do nosso personagem desta coluna foram tão graves quanto numerosos. Por um lado, Deyverson chegou com cartaz acima do que seria condizente com sua qualidade. E com a fartura do elenco atleticano, muitíssimo bem construído pela diretoria.
O atleta atuou como titular em partidas importantíssimas, nas quais, para mim, havia opções melhores. Por outro lado, justamente no último sábado, quando o Atlético estava com desfalques importantes e o Gabriel Milito resolveu preservar meio mundo, o folclórico atacante citado, que não mais pode atuar pela Copa do Brasil, logo não faria qualquer sentido poupá-lo para a quarta, começou o enfrentamento no banco. Uma contradição tremenda!
Também teria optado por Paulinho e Scarpa entre os titulares, e escalaria Saravia na linha de três, que faz a saída de bola na fase ofensiva, e não como Alan/ponta. Apesar de tudo isso, e de outros pontos no mínimo questionáveis do trabalho de Gabriel Milito, ainda acredito não ser hora de dispensá-lo.
Digo isso por acreditar piamente nas trajetórias em médio e longo prazo dos treinadores. E por, em alguma medida, ainda me apegar, de certa forma, ao potencial que o profissional em tela já demonstrou em períodos atualmente já um tanto longínquos. Voto de confiança, mas com olhos atentos e o pendor crítico sempre em dia se determinadas coisas não melhorarem rápido.