Dentro do jogo de xadrez que se projeta amanhã no Monumental de Nuñez às 17 horas, entre Galo e Botafogo, pela final da Libertadores, um aspecto me parece preocupante para o lado dos mineiros. Milito adora a marcação por encaixes individuais. Se for bom presságio, Cuca é outro ótimo estrategista que possui obsessão por esse expediente.
O problema para mim é que o clube da estrela solitária, grosso modo, carrega ao menos duas características que, digamos, costumam desmantelar sistemas defensivos edificados nesse modelo adotado pelo treinador do Atlético.
Em primeiro lugar o quarteto de frente do alvinegro da Cidade Maravilhosa composto por Luiz Henrique na direita, Savarino armando por dentro, Almada pela esquerda, mas afunilando bastante, e Igor Jesus no trabalho de centroavante, papel que ele executa com incessante movimentação, não se limitando a esperar a bola chegar lá na frente, opera, qual um rolo compressor e quase à base de uma bagunça organizada.
Leia-se: as peças não guardam posição, estão longe de um comportamento estático. Esse modus operandi, ao ser aplicado diante do estilo “cada um pega o seu”, permite que as opções de frente, caso se provem inteligentes, consigam arrastar marcadores para longe de seus setores originais, abrindo espaços para outros atletas ocuparem buracos que, eventualmente, surgem aqui e ali.
Ademais, os cariocas estão cheios de dribladores, e a vantagem nos duelos individuais, quando se enfrenta uma retaguarda que não se fecha por zona, usualmente propicia que uma mera vitória pessoal desestabilize a estrutura de combate inimiga.