Nesta segunda-feira, 24, 17 entidades do
setor econômico da capital se reuniram e se posicionaram contra possível restrição das
atividades comerciais sinalizadas pelo Secretário Municipal de Saúde, Jackson
Machado, na última sexta-feira, 21.
O documento foi elaborado em reunião na sede da Câmara de Dirigentes Lojistas de
Belo Horizonte (CDL/BH) e reivindica que a Prefeitura encontre alternativas para
conter o avanço da variante Ômicron na cidade e, assim, o comércio não seja
novamente prejudicado.
“Somos a cidade onde o comércio ficou mais tempo fechado ao longo de 2020 e 2021.
O setor não suportará um novo fechamento ou redução do horário das atividades.
Hoje discutimos essa possibilidade cogitada pelo Secretário de Saúde, Jackson
Machado, e também o compromisso feito pelo prefeito Alexandre Kalil que, se fosse
preciso, aumentaria o número de leitos para o atendimento às vítimas da Covid.
Precisamos de um melhor planejamento da Prefeitura de Belo Horizonte para
combater a Ômicron e a Influenza no sentido de preservar a saúde das pessoas e
garantir que os setores de comércio e serviços não sejam fechados novamente”,
declarou o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva.
POSICIONAMENTO DAS ENTIDADES REPRESENTATIVAS DO SETOR PRODUTIVO DE
BELO HORIZONTE ACERCA DA HIPÓTESE DE NOVO FECHAMENTO DA CIDADE
Nós, entidades representativas dos setores de comércio e serviços de Belo Horizonte,
vimos através do presente demonstrar nossa profunda preocupação com as
declarações do Secretário Municipal de Saúde, Jackson Machado, que, em entrevista
coletiva na tarde da última sexta-feira, 21, cogitou a hipótese de fechar os
estabelecimentos comerciais novamente.
No nosso entendimento, é absolutamente inadmissível sequer imaginar tal
possibilidade. Em entrevistas anteriores, o próprio secretário já havia descartado a
hipótese. Por outro lado, em entrevista concedida ao portal Uol no dia 14 de janeiro
deste ano, 10 dias atrás, o prefeito Alexandre Kalil garantiu que a Prefeitura estava
preparada para aumentar o número de leitos para tratamento de Covid 19 na
quantidade que fosse necessária.
Na entrevista, segundo palavras do próprio prefeito, a Prefeitura estava preparada
para aumentar de “100 para 1000 leitos de UTI” se fosse preciso.
Entendemos que é mais do que urgente a Prefeitura realizar a ampliação do número
de leitos. Independentemente da questão do comércio, a abertura de leitos é
importante para atender às demandas da população. Vale ressaltar que BH já teve
disponíveis, em abril de 2021, 2.227 leitos de enfermaria e 1.157 leitos de UTI para
tratamento da COVID e, hoje, este número é 62% menor nas enfermarias e 78% menor
nas UTI’s.
Por outro lado, o substancial aumento no número de casos de Covid provocados pela
variante Ômicron já era previsto desde meados de dezembro, ou seja, há mais de um
mês.
Todos sabem que Belo Horizonte foi uma das cidades com a maior quarentena do
mundo. Na mesma entrevista, o prefeito admite que “o comércio foi sacrificado, bar,
restaurante, trabalhador”. Entendemos que enxergar num possível novo fechamento
do comércio a única maneira de enfrentar o aumento da Covid 19 é sacrificar
novamente o setor que mais emprega a população da nossa capital, colocando em
risco a vida de estabelecimentos e o emprego de milhares de pessoas.
Lembramos que já ficou comprovado no auge da pandemia, nos meses de março e
abril de 2021, que o índice de isolamento social não aumentou com o fechamento do
comércio. Os boletins epidemiológicos divulgados pela própria prefeitura comprovam
esta realidade.
Na semana passada, a PBH divulgou que mais de 80% dos casos de internação na
capital mineira são de pessoas que não se vacinaram. É mais um fato que comprova
claramente que não é o comércio aberto que está provocando o aumento do número
de casos, até mesmo porque, após a reabertura do comércio em abril de 2021, os
índices só reduziram até o início deste ano.
Diante desta situação, reivindicamos que a Prefeitura seja criativa e competente para
encontrar outras alternativas para conter o avanço da doença sem mais uma vez
sacrificar o principal setor da economia da cidade. Desde que começou a pandemia, o
comércio de Belo Horizonte compreendeu a gravidade da situação e sempre foi muito
colaborativo e engajado na preservação da saúde das pessoas.
Realizamos e continuamos a realizar inúmeras campanhas de conscientização junto
aos estabelecimentos para que possam garantir o máximo de segurança para a saúde
dos trabalhadores e clientes.
O comércio já deu e continuará dando a sua cota de contribuição para que vidas sejam
salvas. Reiteramos aqui a nossa absoluta disposição em colaborar para qualquer
iniciativa que tenha como objetivo conter o avanço da doença. Mas não podemos mais
uma vez admitir o fechamento ou qualquer tipo de restrição no funcionamento dos
estabelecimentos de comércio e serviços em nossa cidade.
Neste sentido, solicitamos uma reunião com o senhor Prefeito Alexandre Kalil, com o
objetivo de discutirmos formas de conter o avanço da doença sem, contudo, penalizar
novamente milhares de empresas e empregos em nossa cidade.