2025 vai se despedindo como quem fecha a porta sem fazer barulho. Foi um ano acelerado, em alguns momentos foi bem pesado. Talvez por isso seja tão necessário falar de esperança, não como um consolo vazio, mas como força que nos faz levantar. Francis Bacon dizia que a esperança é um bom café da manhã, mas um péssimo jantar.
Ela funciona bem para começar, anima, impulsiona, dá coragem, mas se ao longo do dia nada foi feito, se não houve escolhas nem ação, à noite ela pesa. Vira ansiedade, frustração, cansaço. Esperança precisa caminhar junto com atitude, com decisões possíveis, com pequenos gestos que somados mudam o rumo.
Ao nos despedirmos de 2025, talvez o mais honesto seja agradecer pelo que resistiu em nós. As coragens silenciosas, os vínculos preservados, o que seguimos fazendo mesmo sem garantias. E ao saudar 2026, que esperança venha cedo, sim, mas que não durma a noite sozinha, que venha acompanhada de presença, responsabilidade e cuidado.
