Como eu prometi em nossa edição de sexta-feira o assunto hoje é o drinque rabo de galo, uma tradução literal da palavra “cocktail”. Esse drinque nasceu em São Paulo, sabia? Na década de 1950, quando a fábrica da Cinzano se instalou no Brasil pensando em produzir vermute, o aperitivo composto por vinho, ervas amargas e especiarias que é símbolo nacional na Itália e que, supostamente, atenderia a demanda dos imigrantes italianos e seus descendente.
Só que a marca chegou atrasada e qual não foi sua surpresa ao encontrar os conterrâneos moradores de São Paulo consumindo cachaça. Inclusive, preferindo o nosso símbolo nacional ao deles. Então, para não perder público e se consolidar o nosso mercado, a Cinzano decidiu unir as duas bebidas, criando um novo produto, nunca feito antes: juntou a brasileira cachaça e o italiano vermute. Ou seja, um coquetel.
O novo drinque foi apresentado ao mercado com um copo exclusivo, criado especialmente para servi-lo, e vinha com as marcações das doses de cachaça – dois terços – e vermute – um terço. Além disso, o copo tinha o fundo mais grosso para aguentar o choque da sua batida no balcão ao voltar do gole.
O maior propagador desse drinque brasileiro foi o mestre Derivan. Pioneiro da coquetelaria no Brasil e que morreu em maio de 2023, foi ele quem batalhou arduamente para incluir o nosso rabo de galo na lista da Associação Internacional de Bartenders. Assim como foi Derivan o criador do Concurso Internacional Rabo de Galo em 2017. Eu não disse que esse coquetel rendia histórias pra mais de metro?