Cheio de gingado e com uma melodia que encanta, o samba é considerado um tesouro brasileiro e uma das manifestações culturais mais importantes de nosso território. O Dia Nacional do Samba é comemorado em todo o país no dia 2 de dezembro, data que remete a uma visita de Ary Barroso à Bahia.
A Lei nº 13.557 de 21 de dezembro de 2017 já havia instituído o Dia Nacional do Samba de Roda, a ser comemorado em 25 de novembro a cada ano. No entanto, o dia 2 de dezembro já era caracterizado, há muitos anos, como o Dia do Samba em algumas cidades, como Rio de Janeiro e Salvador.
Então, um Projeto de Lei propôs decretar oficialmente em todo o Brasil o Dia Nacional do Samba. “Por tradição, que os historiadores da nossa música popular não sabem precisar com certeza, o Dia Nacional do Samba já é comemorado oficialmente em bom número das Unidades da Federação na data de 2 de dezembro”, diz o PL escrito pelo deputado à época, Indio da Costa.
“Dizem que o Dia do Samba remete a uma visita de Ary Barroso à Bahia, num 2 de dezembro; outros, afirmam que a data se prende ao Trem do Samba, ocupado pela Velha Guarda da Portela na Central do Brasil, e cuja primeira edição ocorreu em 1996…”.
Manifestação cultural nacional
Considerada a importância do gênero e suas raízes, o Poder Legislativo reconheceu os desfiles, a música, as práticas e tradições das escolas de samba como manifestação cultural nacional, por meio da Lei nº 14.567 de 4 de maio de 2023. Dessa forma, o poder público deve garantir a livre atividade das escolas e realizar seus desfiles carnavalescos.
“Pelo telefone”, música composta por Donda e datada de 1916, é considerada o primeiro samba brasileiro, por subistituir o maxixe. Vale observar que, nessa época, já se podia gravar canções em discos. Na ocasião, surgiram diversos compositores talentosos, como Pixinguinha, João da Baiana, Sinhô e Heitor dos Prazeres.
Aos poucos, o samba foi tomando forma e expressão urbanas e modernas, além de começar a tocar nas rádios, espalhando–se pelos morros cariocas e pelos bairros da Zona Sul. Por volta do século XX, Dorival Caymmi e João Gilberto sofisticaram o gênero, misturando–o com outras influências musicais.
Personalidades e tipos
Algumas personalidades negras importantes para o samba são nomes como Elza Soares, Beth Carvalho, Ivone Lara, Leci Brandão, Pixinguinha, Arlindo Cruz, Zeca Pagodinho, Paulinho Viola, Cartola, Martinho da Vila, Jorge Aragão, entre outros. Confira abaixo as variantes do gênero:
- Samba–enredo: criado no Rio de Janeiro, na década de 1930, é um samba que determina o ritmo dos desfiles das escolas de samba e aborda temas sociais e culturais;
- Samba–de–partido–alto: de origem simples, que tenta denunciar a realidade das áreas carentes. Seus principais compositores são Moreira da Silva, Zeca Pagodinho e Martinho da Vila;
- Samba–pagode: um dos tipos do gênero que mais fazem sucesso, nasceu em território carioca, nos anos 1970, com letras românticas e ritmo repetitivo. Seus principais representantes são: Fundo de Quintal, Raça Negra, Só Pra Contrariar, entre outros.
- Samba–canção: com origem na década de 1920, tem como característica ritmo lento e letras românticas;
- Carnavalesco: marchinhas que embalavam os antigos carnavais e bailes típicos;
- Exaltação: trazia um quê de saudosismo nas letras, que mostravam as maravilhas brasileiras, jinto com acompanhamento de orquestra;
- Samba–de–breque: tipo com interrupções para comentários no meio da canção, com temas críticos e humorísticos;
- De gafieira: nascido nos anos 1940, tem ritmo rápido e forte com acompanhamenito, comum em danças de salão;
- Sambalanço ou Samba Rock: possui influência do jazz e surgiu entre as décadas de 1950 e 1960. Embalou boates em São Paulo e no Rio de Janeiro e tem como principais representantes Jorge Ben Jor, Wilson Simonal e, mais recentemente, Seu Jorge.
- Praiano: A Academia de Samba Praiana foi criada em 10 de março de 1960, por um grupo de rapazes das cidades de Pelotas, Rio Grande e Porto Alegre;
- De morro: criado e difundido na década de 1930, no Rio de Janeiro (RJ), por compositores que frequentavam as rodas de samba da Turma do Estácio. Com ritmo vivo, o samba de morro é um estilo autenticamente popular, comumente acompanhado por um pandeiro, um tamborim, uma cuíca e um surdo. As letras em geral tratam de temas como malandragem, mulheres e o cotidiano nos morros e favelas cariocas.
Rodas de samba BH
Para comemorar o Dia Nacional do Samba, nada melhor do que uma roda do gênero para deixar todos os problemas de lado. Em Belo Horizonte, vários grupos se unem para tocar semanalmente em diferentes regiões. Veja a seguir algumas rodas de samba da capital mineira:
- Samba do Cacá: sexta–feira e sábado, às 19h30, e domingo, às 16h | Rua Andiroba, 20 – São Paulo;
- Ô Sorte, projeto do músico Gustavo Maguá: domingos, às 15h | Rua José Ildeu Gramiscelli, 301 – Bonfim (Casa Rosa do Bonfim);
- Samba D’Casa, projeto da cantora Manu Dias: um domingo por mês, do meio–dia às 17h | Rua Carlos Pinheiro Chagas, 274 – Jardim Montanhês;
- Samba da Feirinha: avenida Silva Lobo, Grajaú (Praça da Saúde);
- Balanço das Terças: terças–feiras, às 20h30 | Avenida Presidente Carlos Luz, 470 – Caiçaras;
- Samba da Calixto: rua Itapecerica, 865 – Lagoinha (Barzenho);
- Samba da Luz, projeto do cantor Dé Lucas: quinzenalmente no Afro Galpão | Avenida Pedro II, 2.725 – Carlos Prates;
- Samba da Barca Furada BH: às segundas–feiras, ao meio–dia | Avenida Heráclito Mourão de Miranda, 2.230 – Castelo;
- Roda de Samba do Belka Quintal Botequeiro: sextas e segundas–feiras, 13h às 19h | Rua Joaquim Gouvel, 361 – São Paulo;
- JôGando em Casa, projeto do ex–jogador Jô: todas as quartas–feiras, às 21h | Avenida Heráclito Mourão de Miranda, 2170 – Castelo (Santíssimo Lounge).
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