A demissão de Fernando Seabra é um desses assuntos delicados, repletos de nuances, que despertam uma série de ambivalências. Por um lado, o agora ex-treinador celeste tirou leite de pedra no primeiro turno do Brasileirão posicionando a Raposa em postos nobres da tabela, a despeito do elenco que, àquela altura, antes dos ótimos reforços trazidos por Pedrinho e Alexandre Mattos, ainda era fraco.
Não tenho dúvidas também da capacidade intelectual desse profissional para compreender o jogo. Suas entrevistas deixavam claro o seu elevado arcabouço teórico acerca do esporte bretão. E, evidente, em diversos instantes na montagem do seu conjunto notava-se um mentor qualificado, inventivo, que sabia que estava fazendo.
Me agradava, entre outras coisas, sua capacidade de edificar esquadrões em sistemas diferentes e com igual competência. Por outro prisma, considera o inegável que o técnico em questão, além do erro em ter poupado em excesso ontem, não vivia a sua melhor fase nos últimos tempos, parecendo um pouco perdido na construção do time titular desde que as novas aquisições aterrissaram na Toca.
Entre prós e contras de sua trajetória no Cruzeiro, não o teria demitido. A partir do instante que o foi, avalio Fernando Diniz como um excelente substituto.