O comércio varejista de Belo Horizonte
registrou crescimento de 1,05% no mês de setembro em comparação a agosto. O
avanço está ligado a algumas medidas do Governo Federal como redução de ICMS dos
combustíveis, Auxílio Brasil e também ao saldo positivo de empregos na capital
mineira. “Setembro é um mês de reorganização financeira, onde são iniciadas as
campanhas de renegociação de dívidas para a retomada do crédito com foco, em
especial, no último trimestre do ano quando temos Black Friday e Natal. Com a
retomada do poder de compra das famílias, a tendência é que o consumo aumente e
gere crescimento do varejo”, explica o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de
Belo Horizonte (CDL/BH), Marcelo de Souza e Silva.
De acordo com a pesquisa “Termômetro de Vendas” da entidade, na comparação de
setembro com agosto, os segmentos varejistas que tiveram melhor desempenho
foram Papelarias e Livrarias (3,91%); Veículos e Peças (2,55%); Drogarias e Cosméticos
(2,24%); Supermercados (2,16%); Informática (1,75%); Vestuário e Calçados (1,01%) e
Artigos diversos que incluem brinquedos, óticas, caça, pesca, material esportivo,
bicicletas e instrumentos musicais (0,53%). O crescimento do setor de Veículos e Peças
aconteceu devido a demanda por peças de veículos usados e reparos em geral. Em
contrapartida, o segmento com queda foi o de Eletrodomésticos e Móveis, com recuo
de 2,09%, devido ao alto custo do crédito.
Crescimento anual
Na comparação anual (Set.22/Set.21) o desempenho do varejo cresceu 1%. “A
retomada da economia e o controle da pandemia potencializam o consumo. Mesmo
com uma base de comparação fraca, afinal em setembro de 2021 o desemprego
estava em alta e não havia injeção de capital na economia com os recursos do governo
federal, podemos dizer que a atividade econômica tem crescido. O mês de setembro
absorveu os resultados das medidas de redução de ICMS e Auxílio Brasil”, detalha
Souza e Silva.
Outro fator que influenciou o crescimento do varejo belo-horizontino na comparação
anual (Set.22/Set.21) foi a geração de empregos no mês de setembro. O índice vem acumulando saldos positivos desde fevereiro e, em setembro, registrou 6.945 postos de trabalho.
A análise dos últimos doze meses (Out.21-Set.22)/(Out.20-Set.21) revela um
crescimento de 0,72% no comércio da capital mineira. Para o período, os destaques
são Papelaria e Livrarias (8,16%), Vestuário e Calçados (3,05%), Drogarias e Cosméticos
(2,71%), Artigos Diversos (1,38%), Supermercados (1,26%, ), Veículos e Peças (0,79%) e
Informática (0,66%). Com desempenho mais frágil estão os segmentos de
Eletrodomésticos e Móveis (-2,91%) e Material Elétrico e de Construção (-1,32%). A
explicação para o recuo é que ambas as atividades demandam alto investimento e,
muitas vezes, auxílio de linhas de crédito. Com a alta na taxa de juros e a inadimplência
elevada, o desempenho foi retraído.
Recuperação após dois anos de perdas e dificuldades
“De forma geral, podemos dizer que o comércio varejista de Belo Horizonte dá sinais
de recuperação. Ainda que os índices sejam tímidos, é preciso destacar que esse
avanço acontece após dois anos de muitas perdas e dificuldades. Por isso, avaliamos
esses dados de forma positiva e com boa projeção para o encerramento do ano.
Tivemos uma boa sequência de datas comemorativas e o Natal promete ter um bom
desempenho. O setor de comércio e serviços corresponde a 72% do PIB de nossa
cidade, a cada R$ 100 de nossas riquezas, R$ 72 são gerados pelo comércio. Por isso,
todo avanço é positivo ”, finaliza o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva