Causou surpresa e um misto de tristeza ao mercado o comunicado lançado na última semana pela Cervejaria Bierland Blumenau, de que a empresa está à venda. Fundada em 2003, a Bierland foi uma das responsáveis pela abertura do mercado de cervejas artesanais no estado de Santa Catarina.
Uma empresa sólida com marca forte, pioneira no estado em envasar sua cerveja em lata e campeã de vendas nas Oktoberfests desde 2005, quando as cervejas artesanais conquistaram o espaço na festa por toda a sua relevância na formação do polo cervejeiro do Vale do Itajaí.
A notícia de sua venda cai como mais uma pedra no agora calejado mercado de cervejas artesanais. Pesaram bastante para a decisão dos sócios fatores como a conjuntura pouco favorável às artesanais, aumento nos custos de produção, carga tributária elevada e a concorrência desproporcional com as gigantes Heineken, Ambev e Grupo Petrópolis.
Essas empresas garantem suposta variedade de estilos devido ao seu amplo portfólio de marcas que foram sendo adquiridas ano a ano no garimpo entre as artesanais de destaque em todo o mundo.
O poderio financeiro das gigantes, que negociam descontos e bonificações em troca de exclusividade em eventos e pontos de venda, é imbatível diante de todas as dificuldades enfrentadas pelo segmento de cervejas artesanais.
O final dos anos 1990 e o início de 2000 foi um tempo de romantismo, quando as pequenas acreditavam que apenas a qualidade superior incontestável de suas cervejas seria capaz de bater o poderio econômico das grandes. Mas, infelizmente, o romantismo não paga contas, e o que estamos vendo agora é o enterro de tantos sonhos.