Nem todo mundo envelhece da mesma forma. No Brasil a velhice tem cor, tem classe e tem endereço. É disso que fala o pesquisador Roudom Ferreira Moura em pesquisa realizada em 2021 pela USP. Ele afirma: “O Brasil é negro, mas o envelhecimento é branco”.
A frase é um espelho duro da nossa desigualdade. As pessoas brancas vivem em média mais e melhor. Tem mais acesso à saúde, a tempo livre, a lazer, ambientes seguros. Enquanto isso, parte significativa da população negra e pobre envelhece sem acesso a cuidados, trabalhando até o limite em contextos de vulnerabilidade. Envelhecer no Brasil ainda é um privilégio social.
Por isso, falar de longevidade é falar de justiça. A questão não é só viver mais, é viver com dignidade. O futuro será justo quando todos puderem envelhecer com saúde, liberdade e escolha. Por isso, a afirmação do pesquisador Roudom é extremamente importante. O Brasil é negro, mas o envelhecimento é branco e precisamos olhar para isso.
