O legado musical e a turnê de despedida de Milton Nascimento estão eternizadas no novo documentário sobre o artista, “Milton Bituca Nascimento”, que estreará no dia 20 de março. A Rádio CDL FM assistiu a obra com exclusividade, nessa segunda–feira (10/3), na primeira pré–estreia do filme, realizada em Belo Horizonte.
Idealizado por Augusto Nascimento, filho do cantor e compositor, o documentário é dirigido por Flavia Moraes. O trabalho reflete sobre o impacto e o alcance de um artista simples, porém provocativo em seu trabalho.
À Rádio CDL, Augusto, também produtor da obra, falou sobre a dualidade de retratar Milton, uma grande estrela para o público e um noveleiro comum de 82 anos para o filho.
“É um contraste muito grande porque a gente mora junto, vive junto, e existe o grande artista, que é o meu pai, e existe também o meu pai, que é um senhor de 82 anos, um noveleiro nato, apaixonado por cinema”, disse o produtor do filme.
Para ele, o filme apresenta as duas personas de Milton: a artística e a observadora. “Acho que o documentário sintetiza esse ser dele, que é muito bonito. É uma alegria para ele, para mim, para a Flavia, diretora, ver esse filme tomando forma agora”.
Filme de estrada
A diretora Flavia Moraes explicou que o documentário é um “road movie”. Ou seja, uma obra feita na estrada com Milton durante a turnê “A Última Sessão de Música”. “Não havia um roteiro fixo, não havia nada determinado. A gente se preparou para as surpresas, para os milagres, para os momentos difíceis”, declarou a diretora.
“A ideia é justamente aprofundar e entender o Milton a partir das coisas que ele trazia durante a viagem: as memórias, as lembranças, as dificuldades, a solidão. E o filme vai passando por muitos países até chegar em Minas, e essa estrada que chega em Minas vai revelando memórias, acontecimentos, amigos, alunos, e quando chega em Minas, parece que tudo aquece”.
Moraes disse que o documentário não traz muitas novidades sobre Milton Nascimento em si, porém, revela uma percepção do quão grande o cantor é fora do Brasil. “A gente quando olha o Brasil de longe, ele é muito grande, e a mesma coisa acontece com o Bituca. O Bituca é um retrato do Brasil, ele é o Brasil profundo”.
“Acho que a novidade maior é o registro da importância dele, da admiração de artistas internacionais impressionantes, como Pat Metheny, Quincy Jones, figuras muito grandes, além de, obviamente, todos os seus contemporâneos: Caetano, João Bosco, Gilberto Gil, tanta gente importante”, afirmou Flavia.
Confira o trailer do documentário, lançado nesta terça–feira (11/3):