Semana passada eu expliquei aqui por que eu acho que o termo “atemporal” tem que ser riscado do vocabulário dos textos sobre arquitetura e, se você não escutou tendências que falam disso, pode procurar no site da CDL FM porque vale a pena.
Bom, daí que me deu um comichão para pesquisar mais e eu fui ler os textos que eu recebo de projetos, até mesmo os que eu já escrevi. Minha culpa é que infelizmente caí na armadilha de usar o famigerado atemporal.
Eu percebi que esse termo tem sido mais usado para descrever projetos que têm como característica espaços vazios com paredes brancas, móveis seguindo a mesma paleta, formas retas, ok, às vezes, formas orgânicas, tecidos que podem ou não ter texturas, mas que seguirão os tons de cinza e bege do resto da casa.
Resumindo, um ambiente atemporal como esse descrito aí em cima é um ambiente sem personalidade, sem vividez, que não provoca felicidade, nem alegria, nem vontade e nem mesmo tristeza.
E mesmo esses ambientes atemporais trazem de alguma forma as tendências do seu tempo ou de algum tempo passado ou do que pode ser o futuro, ou seja, não existe a tal atemporalidade neles, né? E nem precisa.
O que é necessário é banir esse adjetivo para que ele não continue sendo usado incorretamente. Eu já aprendi a lição.
