Ontem a gente falou aqui da incrível transformação que está acontecendo na China nesse momento. Como o trabalho do arquiteto Liu Jiakun, premiado com o Pritzker em 2025, faz toda a diferença, já que ele valoriza materiais e técnicas vernaculares, sem deixar de usar tudo que a tecnologia tem a oferecer para criar edifícios que são inovadores e sustentáveis e também profundamente enraizados em seu contexto.
Quando a gente vê mais uma construção na cidade, tudo que a gente quer é que esse seja o caminho, não é? Pois o Liu Jiakun faz isso. Ele frequentemente utiliza materiais locais, como por exemplo, a taipa de pilão, tijolo e madeira, que reforçam a conexão das obras dele com a história do lugar.
O júri do prêmio Pritzker destacou especialmente a reverência que ele faz pela cultura, pela história e pela natureza, com uma capacidade enorme de criar edifícios que fortalecem as comunidades.
Um exemplo é o projeto dele para o complexo multifuncional em Chengdu, que transforma um quarteirão urbano em um vibrante espaço comunitário, integrando habitação, comércio e áreas públicas ao redor de um parque central, com paisagismo incrível que reporta que o lugar seja o ponto de encontro ativo para quem vive e usa aquele lugar.
É um trabalho lindo, muito respeitoso e muito bem pensado, zero espalhafatoso. O que dá para ver é que é uma arquitetura que abraça e não o contrário, como a gente vê em muitos lugares. Sabe aqueles lugares que a gente sente que o que foi construído ali parece excluir as pessoas do lugar? Pois é, está errado. Construção tem que abraçar.