Nesta semana, o assunto do Líquido&Certo será um só: o vinho. Eu convidei um sommelier mineiro premiado com mais de 20 anos de carreira para nos dar dicas sobre essa bebida fermentada contemporânea da cerveja que desperta tanto fascínio em qualquer parte do mundo.
Meu convidado é Nelton Fagundes, que atualmente é sommelier consultor da Liber Wines aqui em Belo Horizonte. E para começar a nossa série de dicas, ele nos fala sobre a democratização do vinho. A bebida que até poucos anos atrás tinha uma aura de inacessibilidade, sendo reservada a entendidos e endinheirados, hoje pode ser comprada em clubes de sócios, lojas na internet, supermercados e até mesmo vinícolas abertas para a visitação.
Quem diria que o vinho, antes reservado a grandes ocasiões e refeições sofisticadas, seria visto em praias, beira de piscina e até no churrasco de fim de semana, como lembra o nosso convidado: “Hoje eu vejo que era um pouco chato, mas eu vejo hoje que é mais democrático. Antigamente você tinha vinho só em lojas especializadas, você tinha as lojas das importadores, então o acesso era mais restrito, não era fácil comprar assim”.
“Hoje você compra pela internet que é bem fácil de achar vinhos de acordo com o seu bolso e o supermercado também entrou nessa brincadeira, que oferta bastante coisa, então ele (vinho) está acessível ali, você está comprando suas coisas do dia a dia, passa em uma adega, vê alguma coisa, pode se interessar ou não”, diz Nelton.
Ele ainda explica: “Obviamente que para o cara mais preparado, ele vai querer comprar em importadora, com a qualidade, a consultoria e tudo mais. Mas a pessoa que está querendo aprender um pouquinho, ela pode começar em outros locais e depois ir para com a importadora e achar o vinho que cabe no bolso dela”.
“Porque vinho bom, pode custar caro, quanto mais barato, melhor. É claro, não há milagres, tem uma parte de preço. Acho que a partir de R$ 50 aí você acha muita coisa legal, alguma coisa abaixo também, mas a partir dali é mais difícil de errar, você que define o seu limite”, pontua Nelton.
“Eu acho que hoje tá bem mais democrático do que já foi, hoje, por exemplo, você toma vinho em uma praia, toma vinho num clube, em um churrasco. O pessoal vem para tomar vinho em churrasco, uma coisa que não acontecia, basicamente o ambiente da cerveja. Mas a democratização do vinho, que dá acesso a mais ampla bebida em termos econômicos, precisa ser acompanhada de uma educação do paladar. Afinal, já que podemos consumi-lo sem susto, por que não usufruir do melhor que o vinho tenha nos oferecer?”.