A literatura brasileira está de luto. Morreu, nesta segunda-feira (9/12), aos 99 anos, o escritor e contista Dalton Trevisan. A informação foi confirmada por sua agente literária, Fabiana Faversani, ao jornal “O Estado de S. Paulo”.
Trevisan viveu recluso, evitando entrevistas, premiações e o meio literário. Mesmo assim, ele manteve intensa produção artística, apesar da idade avançada. Em 2022, publicou uma antologia de contos com tiragem de apenas 50 exemplares. Nos últimos anos, ele revisou e organizou sua obra em um apartamento no Centro de Curitiba.
Entre seus principais livros estão “Novelas Nada Exemplares” (1959), “O Vampiro de Curitiba” (1965) e “A Guerra Conjugal” (1969), que inspirou um premiado filme dirigido por Joaquim Pedro de Andrade.
Legado de Dalton Trevisan
Dalton nasceu em Curitiba, em 14 de junho de 1925. Formado em Direito, abandonou a advocacia para trabalhar na fábrica de cerâmicas da família antes de se dedicar integralmente à literatura.
Foi destaque no cenário literário a partir de 1959, ao ganhar o Prêmio Jabuti com “Novelas Nada Exemplares”.
Sua escrita, marcada pelo minimalismo e pela exploração de dramas urbanos, rendeu outros prêmios importantes, como o Camões (2012) e o Machado de Assis (2012).
A residência onde morou em Curitiba, na esquina das ruas Ubaldino do Amaral e Amintas de Barros, no Alto da Glória, é um dos pontos turísticos da capital do Paraná, visitada pelos amantes da literatura.
Os direitos de suas obras, que pertenciam à Editora Record, foram recentemente transferidos para a Todavia. A nova editora preparava novas edições para 2025, quando Trevisan completaria 100 anos.