O Brasil possui mais de 7 milhões de empreendedoras, que fomentam o mercado criativo e geram novos empregos. Dentro desse contexto, o Conecta Mente desta segunda–feira (21) conversou com a co–fundadora da escola de negócios para mulheres Do It Girls, Adriana Tavares. A empresária falou sobre a iniciativa dentro do tema “o poder das mulheres”.
A escola surgiu em 2019, por iniciativa de Adriana e suas duas sócias, Brunna Duarte e Natália Archanjo. Durante um almoço, as três notaram que muitas mulheres são consumidas por assuntos relacionados à maternidade e família e não conseguem discutir sobre carreira, bem como colocar energia nisso.
“A gente combinou de encontrar uma vez por mês depois do trabalho para falar sobre isso. E aí, no primeiro dia, a gente marcou no escritório da Natália e quando nós chegamos tinham 35 mulheres. Falamos, ‘meu Deus, de onde surgiram essas mulheres?’, porque nosso compromisso era cada uma chamar 3 amigas, e seríamos 10”, relembra Natália.
Fazer dinheiro do negócio
O trio continuou fazendo os encontros mensalmente e, com a chegada da pandemia, as sócias começaram a fazer lives nas redes sociais, sempre convidando alguém para falar sobre negócios. “Percebemos que o negócio estava legal mas tinha que começar a dar dinheiro porque estava tomando muito do nosso tempo”.
“Foi quando a Brunna fez uma transição de carreira, ela era executiva de uma multinacional e saiu, disse que topava tocar o negócio exclusivamente. E aí a gente está até hoje. Somos mais de 500 membras ativas, já fizemos mais de 100 encontros em BH, em São Paulo, fizemos em São Luís…”, conta.
Para romper com a predominâcia de homens no universo dos negócios e convencer de que as mulheres também devem ocupar esse lugar, Adriana diz que a melhor forma é ter outras mulheres como inspiração. Ela conta que mirava em trajetórias masculinas, mas entendeu que as caminhadas são diferentes.
“Eu vivo isso na minha empresa porque eu sou sucessora de uma empresa familiar com um mercado muito masculino. Eu e minha irmã somos sócias e a gente fica se perguntando ‘e aí, como é que a gente toca isso? Como é que nós quebramos essa barreira?’. E a gente quebra trazendo as mulheres para o lugar do conhecimento”.
Adriana traz um dos cases de uma das palestras da Do It Girls para exemplificar como o projeto transforma a vida das mulheres. Em um dos encontros no Rio de Janeiro, uma médica que estava sem trabalhar por causa de um tratamento contra o câncer disse que estava resistente em fazer atendimentos on-line, porém, ao ouvir depoimentos de outras presentes, decidiu dar este passo.
“Eu acho que é muito o exemplo, é você ver mulheres que são mães, que têm uma jornada trilpla, que têm um casamento como pilar importante ou não, ou até optaram por não ter filhos mas estão lutando para ter o lugar delas. Você olha e enxerga o poder de transformar o exemplo em ação”, afirma a empresária.
Ainda sobre a escola, Adriana diz que o foco não é motivacional, e sim conteudista, no entanto, as mulheres acabam saindo motivadas dos encontros. “Elas saem de lá falando que vão aplicar as técnicas nas próprias empresas”.
“A mulher, muitas vezes, não é incentivada a isso desde nova, diferente dos homens. Você vê as faculdades de Ciências Exatas, por exemplo, hoje em dia isso tem mudado, mas há até pouco tempo eram tomadas por homens”.
“Então o homem sempre foi incentivado a arriscar, e a mulher busca um lugar mais seguro, um caminho mais certo. Então quando a gente mostra que é possível também ir lá, dar a cara a tapa, tomar o risco, elas se sentem encorajadas a fazer isso”.
A respeito das mulheres conseguirem confiar umas nas outras e deixar de lado a competição, Adriana conta que a Do It Girls tem um lema: se sobe uma mulher, sobe outra. Segundo a empresária, os encontros e conteúdos das redes sociais sempre destacam que deve existir menos competição e mais colaboração.
Adriana também fala sobre a confiança no resultado das mulheres, que é constantemente subestimada. “As mulheres hoje em cargos de diretoria estão entregando muito mais do que os homens. Elas são tão corretas com as entregas e com o que elas prometem que elas só se candidatam a uma vaga de emprego se tiverem todos os requisitos para preenchê-la”.
A entrevista na íntegra já está disponível nas nossas plataformas digitais. Ouça abaixo: