Um grupo de especialistas em envelhecimento tem levantado uma bandeira contra o uso pejorativo da palavra “velho” para se referir a pessoas. Como usamos no dia a dia para objetos que já estão obsoletos, quem quer ofender outra pessoa passa a chamá-la de velha e com alguns complementos que não funcionam mais, como “velho ranzinza”, “rabugento”, e por aí vai.
Eu sei que essa tentativa de educação da sociedade é uma mudança cultural que precisa ser trabalhada em diversos ambientes, como a família, a escola, o trabalho, a mídia. É preciso aprender a respeitar a velhice. E isso não é só no uso do transporte urbano, numa fila de banco ou em atravessar a rua, não.
Estamos todos envelhecendo, mas, parece que esse não é um assunto que nos cabe enquanto ainda não somos velhos.
Porém, pense comigo: como nos irrita a demora de um idoso num caixa de supermercado? A lentidão ao atravessar na faixa de pedestres? Ou aquela exaustão que nos leva o pai ou a mãe que nos perguntam ‘hein?” em resposta a uma fala nossa? O problema não está nos velhos, está naqueles que envelhecerão.