Como eu tenho feito há algum tempo, nas nossas quartas-feiras eu trago uma rápida fala de um dos capítulos do livro “Toda a Dor e Todo o Amor que Sinto Aqui”, organizado por mim e pelo Sander Mecca.
Para escrevê-lo, nós convidamos algumas pessoas que pudessem falar sobre uma dor, escrevendo em forma de carta. A décima primeira carta fala sobre depressão infantojuvenil, um assunto que muitos pais percebem em casa, mas que resolvem esconder ou adiar um diálogo para ver se passa.
A jornalista Nalu Saad explica nessa carta que muitos pais ainda colocam acontecimentos cotidianos da criança, ligados à saúde mental e emocional, como tabu, deixando que a ferida crie casca e cicatriz por si só, mas nem sempre é assim.
Nalu diz, “o que não sabia como mãe é que um assunto proibido não fica de fora das nossas casas e de nossas vidas. Depois de muito tentar ser recebido pela porta da frente, ele entra, sorrateiramente, por todas as frestas que encontrar”.
Nalu escreveu a carta no lugar de uma mãe que vive esse assunto. Ela diz, “eu aprendi com tudo isso durante o tratamento da minha filha, e não pensem que foi fácil pra mim e pra ela enfrentar o nosso próprio preconceito, pra falarmos da depressão, que a tinha adoecido”.