02/08/23
Redação: Lucas Rage/ Rede 98
Imagem: PBH/ Divulgação
Há um ano, o Anel Rodoviário de Belo Horizonte inaugurava um importante equipamento de segurança: uma área de escape na altura do Bairro Olhos D’Água, no trecho conhecido como “descida do Betânia”. Localizado entre a BR-040 e o trevo que dá acesso ao Buritis, a fatia da rodovia é um dos pontos mais perigosos do Anel, com incontáveis acidentes graves contabilizados ao longo dos anos.
Relembre as principais ocorrências:
16 de agosto de 22 – Carreta com minério
A “estreia” da área de escape aconteceu duas semanas após sua inauguração, com um caminhão de minério. Segundo a PBH, o veículo teria perdido o freio na descida do Betânia, e uma manobra feita pelo motorista possibilitou a entrada na caixa de argila.
11 de setembro de 22 – Caminhão carregado com móveis
O segundo uso da área de escape veio menos de um mês após a primeira ocorrência, com um caminhão carregado de móveis e pesando cerca de 26 toneladas. Mais uma vez, a falha nos freios contribuiu para que a manobra ocorresse. O veículo vinha de Ubá, com destino a Brasília.
Um ônibus parado ao lado da caixa de argila, próximo a entrada da área de escape, por pouco não transformou o episódio em tragédia.
29 de setembro de 22 – Caminhão-baú transportando óleo
A terceira utilização da área de escape veio, ainda no mês de setembro, quando um caminhão-baú carregado de óleo entrou no equipamento.
Segundo o motorista, o veículo carregava 6 toneladas do produto, e registrou falha nos freios enquanto seguia para Ribeirão das Neves, na Grande BH. O caminhão vinha de São Paulo.
17 de outubro de 22 – Caminhão carregado com laticínios
Um caminhão-frigorífico carregado com 6 toneladas de laticínios precisou acionar o equipamento, em 17 de outubro de 2022. O motorista vinha de Rio Pomba, na Zona da Mata, com destino a BH. Mais uma vez, uma falha nos freios motivou o acesso ao equipamento.
Segundo o motorista, a sinalização na via impediu que uma tragédia acontecesse.
27 de fevereiro de 23 – Ônibus de turismo
O quinto uso da área de escape do Anel Rodoviário veio com um ônibus de turismo, transportando 41 passageiros.
O veículo pertencente à CVM Turismo vinha do Rio de Janeiro, com destino a Belo Horizonte. Segundo o motorista, a manobra foi realizada após a luz de freio do painel acender. Ninguém se feriu.
10 de abril de 23 – Caminhão com minério
15 de junho de 23 – Caminhão-guindaste
A sétima utilização da área de escape aconteceu quando um caminhão-guindaste precisou acessar a caixa de argila. Mais uma vez, o problema nos freios motivou a manobra por parte do motorista. Acidente aconteceu às 13h, quando há intensa movimentação de veículos na via.
18 de junho de 23 – Caminhão com chapas de aço
Três dias depois, um caminhão carregado com chapas de aço precisou acessar a área de escape do Anel, no primeiro “susto” envolvendo o equipamento de segurança.
Sobrecarregado e transportando 30 toneladas de chapas de aço, o veículo ultrapassou os limites da via, atingindo uma árvore ao fim da caixa de argila. Segundo o motorista, foi necessário manobrar o veículo tardiamente para dentro do bolsão. O temor era de que as chapas de aço atingissem a cabine caso o veículo sofresse uma frenagem brusca na área de escape. Ninguém se feriu.
27 de julho de 23 – Caminhão com minério de ferro
A nona e última utilização da área de escape do Anel Rodoviário aconteceu na madrugada de 27 de julho, quando um caminhão carregado de minério precisou acessar o equipamento.
Desta vez, o veículo chegou a tombar na caixa de argila, com derramamento da carga no bolsão de frenagem. Foram necessárias 14 horas para liberação do equipamento.
Projeto ainda divide opiniões
Apesar do sucesso comprovado do Anel Rodoviário, o projeto ainda divide opiniões entre os motoristas que passam pela região. Entre as principais queixas está a localização do equipamento, que segundo alguns deveria ser instalado mais abaixo na via.
José Carlos Ladeira, diretor de Sistema Viário da BHTrans, defende a localização do equipamento. “Quando realizamos os estudos e as obras de implantação da Área de Escape houve sugestões e críticas que ela deveria ser mais abaixo. Consultamos especialistas que nos orientaram sobre a melhor localização da área, o quanto antes possível na via, para que o motorista consiga testar o sistema de frenagem e, se apresentar problemas, poder utilizá-la com segurança. O local da Área de Escape é adequado, está bem sinalizado e, a cada nova utilização com sucesso, os motoristas de veículos pesados sabem que podem contar e, estão se habituando a testar o sistema de freios já no início desse trecho do Anel Rodoviário”, afirma.
Sobre a área de escape
O projeto da Área de Escape do Anel Rodoviário foi desenvolvido pela BHTrans e a execução das obras foi feita com a supervisão da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap). A estrutura é composta por uma caixa de concreto preenchida com argila expandida (cinasita), que aumenta o atrito e reduz a velocidade do veículo, em uma lógica semelhante à usada em pistas de automobilismo.
A PBH assumiu a execução das obras, mesmo o Anel Rodoviário sendo uma área de responsabilidade do governo federal. As obras duraram nove meses e foi feito um investimento de R$ 3,5 milhões com recursos do município.
No local, foram feitas obras de drenagem, estruturas de concreto, pavimentação, sinalização, iluminação e obras complementares. A Área de Escape está em operação desde 2 de agosto de 2022.
(Com informações da PBH)