Após um período de retração na economia e de um setor de comércio de bens e serviços caminhando a passos tímidos, a projeção para o segundo semestre do ano de 2021 traz expectativas positivas.
De acordo com dados do Boletim Focus, emitido pelo Banco Central, a expectativa é que a atividade econômica no país avance 5,27% ao longo deste ano. As vendas no varejo podem chegar a uma aceleração de 5,4%, conforme dados do Bradesco. Para a capital mineira, a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) estima um avanço de 4,8% nas vendas no ano de 2021.
“As expectativas para o segundo semestre de 2021 são melhores, porém, ainda com grandes desafios para a economia, que precisa que as reformas estruturais sejam aprovadas e, assim, seja possível atrair capital produtivo, que é o grande responsável pela geração de emprego e renda”, afirma o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva.
Com uma perspectiva de avanço da imunização em massa, melhora dos indicadores de confiança de empresários e consumidores que alcançaram maior patamar no mês de junho, conforme os dados divulgados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), e com a flexibilização das atividades comerciais e de lazer, as expectativas para o crescimento das atividades econômicas no país são positivas. O Banco Mundial, por sua vez, projeta um avanço de 4,5%. Já para a Secretaria de Políticas Econômicas (SPE) a perspectiva é de um avanço de 5,3% para o ano corrente e uma média de 2,5% para os próximos anos.
Datas comemorativas e recuo da inadimplência podem contribuir para aumento das vendas
Para o comércio, setor que permaneceu mais tempo fechado, o segundo semestre tende a ser melhor. Somando a esses fatores, há também o calendário de datas comemorativas que, tradicionalmente, movimentam o varejo. “Teremos Dia dos Pais, agora em agosto; Dia das crianças, que funciona como um termômetro de vendas para o Natal; a Black Friday e, claro, o Natal. Desde já, estamos notando uma melhora das vendas, mas sabemos que esse comportamento só irá perdurar se a inflação for mantida sob controle e a taxa de emprego acompanhar essa positividade”, avalia Souza e Silva.
Outro ponto positivo em relação à recuperação econômica está ligado ao recuo da inadimplência entre os residentes e empresas de Belo Horizonte. “No acumulado do ano, já tivemos uma retração de 10,16%. Em 2020, esse índice ficou em 10,55%. Dentre as empresas, houve uma desaceleração de 7,21%. Esses dados nos mostram que tanto as pessoas físicas quanto jurídicas estão preocupadas em honrar suas dívidas e deixar o banco de inadimplentes”, revela o presidente da CDL/BH.
A Lei dos Superendividados (14.181/2021), que contribui para que os consumidores inadimplentes renegociem todas as suas dívidas, pode também contribuir para uma injeção de recursos na economia por meio de renegociações. “Essa lei também contribuirá para que a parcela da população que está inadimplente possa honrar com os compromissos e deixar o cadastro dos negativados”, afirma Souza e Silva.
Emprego contribui para aquecimento
De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), a capital mineira atingiu no mês de maio deste ano o patamar de estoque de empregos de quase 930 mil postos de trabalho. E, pela primeira vez, retornamos ao nível pré-pandemia: 924 mil em fevereiro de 2020. “Com as pessoas trabalhando, a tendência é que elas tenham seu poder de compra aumentado e, assim, possam ser atuantes nos processos de compra e venda do varejo”, analisa o dirigente.
Com o avanço da vacinação e a estabilização dos casos de coronavírus, acredita-se que a economia comece a retornar para o trilho. “Com a queda no número de infectados, acreditamos que o mercado de trabalho e o ambiente econômico também irão melhorar. Os indicadores de confiança do país já apresentam melhora, isso sugere que a economia para o segundo semestre será melhor do que a que estamos vivenciando desde o início da pandemia”, finaliza Souza e Silva.