Na primeira infância tudo é emoção. Muito antes de falar o bebê já sente o mundo e sente intensamente. A psicanalista Melanie Klein explicou isso em um conceito curioso: seio bom e seio mal. Calma, não é julgamento, é só uma forma simbólica de mostrar como o bebê percebe o cuidado.
Quando tem fome e o alimento chega, ele sente alívio, acolhimento. Esse é o seio bom. Quando o cuidado demora, vem a angústia e aquele mesmo seio vira, na fantasia do bebê, o seio mal, o que o frustra.
No início da vida, o bebê separa, o que traz prazer do que causa dor. Com tempo, vai entendendo que a mesma pessoa pode amar e frustrar. Esse amadurecimento só acontece com vínculos afetivos consistentes, com presença.
Por isso, para pais e educadores, fica o convite: escutar o choro, acolher o medo, entender que as reações intensas não são birra, são parte da construção emocional.
Estar presente com afeto e segurança é o que ajuda a criança a confiar no mundo, porque por trás de cada reação tem uma tentativa de amar, de entender, de se vincular.