Quando Josiah Royce propôs a “Filosofia da Lealdade”, no início do século passado, ele entrevistou diversas pessoas que estavam em estágio terminal da vida. O filósofo e professor de Harvard queria entender os motivos pelos quais o simples fato de viver não dava às pessoas um sentimento de completude.
“Por que o simples fato de estarmos vivos, termos um emprego, um lugar para morar e o que comer nos parece vazio e nos dá uma sensação de que a vida ainda não tem o sentido que gostaríamos?”, perguntava o professor.
Daí veio a grande descoberta, que é a necessidade que temos de nos dedicarmos a uma causa que vai além de nós mesmos. Sejam causas maiores, como a família, o país ou sejam aquelas que podem parecer pequenas, como cuidar de um animal, de uma planta, algo que não fique focado só na gente, extrapolando a esfera individual.
Bem ligado ao que o pesquisador de Harvard descobriu, a fala de uma que ouvi de voluntária me chamou a atenção: ela disse que na ajuda ao outro ela consegue encontrar a si própria, pois revisita sua essência, tentando compreender o que tem ali dentro, quem ela é de fato. Ela consegue se encontrar com o amor, muitas vezes negligenciado e ofuscado por diversas situações, mas que ao ser dedicado ao outro contribui para o seu amor próprio.