Agosto já está entre nós e, com ele, são chegadas também algumas lembranças populares: o mês mais longo do ano, “do desgosto” e superstição no casamento. Afinal, de onde vem essa má fama?
Importantes eventos históricos
O primeiro motivo é histórico. No Brasil, agosto ficou conhecido como o mês de mortes e tragédias políticas.
Foi nesse mês que Getúlio Vargas se suicidou (1954), que Juscelino Kubitschek morreu em um acidente de carro (1976) e que a renúncia de Jânio Quadros ocorreu (1961), abrindo caminho para a crise que culminaria no golpe militar de 1964.
No mundo, agosto também ficou marcado por eventos traumáticos. Nesse mês, em 1945, que ocorreram os bombardeios atômicos nas cidades de Hiroshima e Nagasaki, no Japão, durante a Segunda Guerra Mundial, por exemplo.
‘Mês do cachorro louco’
No imaginário popular, agosto também carrega o peso do “mês do cachorro louco”. A explicação? É o período de maior incidência de cadelas no cio, aumentando a agitação e agressividade dos cães nas ruas.
O professor de Bem-Estar animal no curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria, William Schoenau explicou que agosto apresenta condições climáticas favoráveis para que as fêmeas iniciem o seu período reprodutivo, o que aumentaria as disputas entre machos para conquistá-las.
Outro ponto é que, caso um dos animais já tenha o vírus da raiva, ele pode ser transmitido aos outros cães por meio de brigas. Ainda assim, não há evidências científicas sobre aumento de casos de raiva durante o mês de agosto.
‘Mês longo’
Outro fator que pesa contra agosto é a sensação de “eternidade” que ele carrega. Com 31 dias e nenhum feriado nacional, ele costuma parecer mais longo e cansativo. Para muitos, o fim das férias escolares também contribui para a sensação de que agosto se arrasta, reforçando sua má reputação.
Em BH, no entanto, os moradores têm um alívio: o feriado municipal de 15 de agosto, em homenagem à padroeira da cidade, Nossa Senhora da Boa Viagem, garante um respiro no meio do mês.
‘Mês do ‘desgosto’
Ainda, agosto carrega a fama de ser um mês de azar para os casamentos, tanto que ficou conhecido como o “mês do desgosto” ou mês “agourento”.
A origem dessa superstição vem de Portugal. No século XVI, durante o período das grandes navegações, era em agosto que as caravelas partiam para o mar.
Como muitas vezes os homens embarcavam sem previsão de retorno, os casamentos acabavam sendo adiados, criando a tradição de evitar uniões nesse período.