Após dois anos sem Carnaval, Belo Horizonte prepara um
grande retorno. A expectativa é que cinco milhões de pessoas circulem pela cidade nos dias de
folia. Essa movimentação tem aquecido a esperança de empresários dos setores do comércio,
serviços e turismo. Uma pesquisa da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH)
revelou que 74,8% dos comerciantes, prestadores de serviços e rede hoteleira estão otimistas com
a realização da festa e o impacto que poderá trazer para a economia.
“O Carnaval é uma data extremamente importante para a cidade, a movimentação de turistas e dos
próprios moradores estimula o comércio, os bares e os restaurantes. O período incentiva, direta e
indiretamente, a geração de empregos em diversos setores da economia, mobilizando uma extensa
cadeia de áreas como indústria, varejo, serviços e hotelaria”, afirma o presidente da CDL/BH,
Marcelo de Souza e Silva.
A pesquisa da entidade mostrou que, para pouco mais da metade dos entrevistados, a ausência dos
últimos carnavais impactou o faturamento dos negócios. Para 78%, as festas realizadas antes da
pandemia foram bastante positivas. Já 18% afirmam que a folia foi indiferente e apenas 3,9% têm
uma percepção negativa. Em relação às expectativas para a festa deste ano, 21,3% acreditam que a
folia não irá fazer diferença e 3,9% acham que será negativo.
Aquecimento nas vendas
De acordo com o levantamento, 54,1% dos comerciantes da cidade esperam boas vendas para o
período de festa. Para 34,4%, será indiferente e para 11,5%, negativo. Vale destacar que neste
recorte (dos que avaliam negativamente), para 77,1%, a avaliação pessimista está ligada ao fato de
que o estabelecimento não irá funcionar nos dias de folia.
Roupas e bebidas
Dentre os produtos que deverão ter mais saída, os entrevistados acreditam que roupas irão liderar
(29,7%). Em seguida aparecem bebidas alcóolicas (20,8%), bebidas não alcóolicas (20,5%), adereços
– gravatas, tiaras, colar havaiano, acessórios de cabelo (11,7%), lanches (8,5%), glitter e adesivos
faciais (6,7%), fantasias (6,4%), confetes e serpentinas (5,7%) e calçados (5,3%).
Tíquete médio
Os comerciantes e prestadores de serviços acreditam que o tíquete médio que os foliões
desembolsarão por produto é de R$ 81,40 por produto. Como a expectativa é de que, em média,
sejam adquiridos dois produtos, o investimento deverá ser de R$ 162,80.
Já para a rede hoteleira, considerando hotéis e hostels, a expectativa é que a diária seja, em média,
R$ 359,09. Estima-se que os foliões adquiram, pelo menos, quatro diárias, totalizando R$ 1.436,36.
Em relação ao carnaval de 2020, último realizado na cidade, o setor espera uma ocupação 63,6%
maior e 36,4% acreditam que será igual.
O setor de bares e restaurantes acredita que o gasto médio será de R$ 57,55, por produto. A
expectativa é que haja o consumo de dois produtos. Desta forma, o investimento final deverá ser
de R$ 115,10.
Todos os setores estão otimistas com a previsão de faturamento com o Carnaval. Os índices são:
Bares e restaurantes
● Positivo: 68,3%
● Indiferente: 22%
● Negativo: 9,8%
Comércio e Serviços
● Positivo: 47,5%
● Indiferente: 39,6%
● Negativo: 12,9%
Hotelaria
● Positivo: 100%
● Indiferente: 0%
● Negativo: 0%
Formas de pagamento
Para 47,2% dos entrevistados, os consumidores deverão optar pelo pagamento à vista no cartão de
crédito. Já 23% acham que o parcelamento no cartão de crédito deverá ser a escolha dos foliões,
com uma média de quatro parcelas. Já 15,1% dos empresários esperam pagamento por PIX, 13,8%
em cartão de débito, 0,7% em dinheiro e 0,3% em boletos.
Em relação às promoções para o período, 76% dos entrevistados disseram que não vão programar
ações especiais de descontos. Em contrapartida, 24% afirmam que vão promover algo para a data.
Questionados sobre a contratação de mão de obra temporária, 5% afirmam que devem buscar
colaboradores extras para o período.
Funcionamento do comércio
O comércio varejista da cidade está autorizado a funcionar nos dias de folia. Contudo, de acordo
com a Convenção de Trabalho da Categoria, a mão de obra dos empregados não poderá ser
utilizada.
Desta forma, a pesquisa revela que 51,9% dos comerciantes não vão abrir todos os dias
de festa e 12% ainda não sabem, pois dependem da decisão da matriz.
O levantamento mostra que, até o momento, o funcionamento do comércio em Belo Horizonte
será:
● Sábado (18/02): 13,6% – não vai funcionar
● Domingo (19/02): 78,9% – não vai funcionar
● Segunda-feira (20/02): 76,9% – não vai funcionar
● Terça-feira (21/02): 91,2% – não vai funcionar
● Quarta-feira: 17,7% – não vai funcionar
A pesquisa trouxe ainda quais fatores os empresários acreditam que possam prejudicar a economia
durante o Carnaval. Na percepção dos entrevistados, os principais problemas podem ser a redução
do poder de compra (35,1%), trânsito (32,8%), infraestrutura da cidade (27,2%), chuva e clima
(22,3%), nenhuma dificuldade (17,7%).
Metodologia da pesquisa
O levantamento realizado pela CDL/BH ouviu 305 empresários do setor de comércio e serviços e
hotelaria de Belo Horizonte, entre os dias 5 e 19 de janeiro. O nível de confiança da amostra é de
95% com margem de erro máxima de 5,6%.