29/05/2024
Redação: CDL-BH
Imagem: Divulgação/PBH
Reunião do G20 realizada na capital mineira coloca em pauta ações que podem intensificar iniciativas sustentáveis em todo o mundo. Em Belo Horizonte, consumo de energia solar por lojistas já evitou a emissão de 1.720 toneladas de gás carbônico
Até esta quarta-feira (29), o Grupo de Trabalho de Transições Energéticas do G20, organizado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) do Brasil, reúne-se na capital mineira para debater temas centrais como a dimensão social da transição energética, financiamento de baixo custo para iniciativas sustentáveis, acesso universal à energia limpa e inovação em biocombustíveis. Ao lado da Prefeitura Municipal (PBH) e do Mercado Central, a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) representa o setor de comércio e serviços da capital mineira, com um espaço montado no evento, contribuindo para a internacionalização de Belo Horizonte.
Com grande representatividade no assunto, já que cerca de um quinto de toda energia solar produzida no Brasil está concentrada em Minas Gerais, segundo o levantamento 2024 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o estado e seus atores econômicos estão dispostos a contribuir para que essa transição seja rápida e eficiente. Na capital mineira, o setor de comércio e serviços, responsável pela geração de mais de 70% do Produto Interno Bruto (PIB) e da empregabilidade de cerca de um milhão de pessoas, executa um constante trabalho de conscientização para que os estabelecimentos comerciais façam a transição da energia elétrica para a energia solar.
“Entendemos que essa modalidade de consumo de energia, além de benéfica para a economia das empresas, contribui para a ampliação do uso da energia solar. O comércio é um dos grandes consumidores de energia. A luz faz parte do visual merchandising, das vitrines e em diversos outros pontos. Os shoppings, por exemplo, têm a luz como um grande recurso de venda e retenção do consumidor. Quanto mais reduzirmos o uso da energia elétrica, melhor será”, analisa o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva.
Em Belo Horizonte, o consumo de energia solar por lojistas da CDL/BH, já evitou a emissão de mais 1.720 toneladas de gás carbônico na atmosfera nos dois últimos anos, com uma economia de mais de R$4,5 milhões no mesmo período. Atualmente, 414 empresas associadas à CDL/BH fazem parte da parceria com a Cemig SIM – empresa do Grupo Cemig que atua no segmento de Geração Distribuída – e que permite a geração e o consumo de energia solar com uma redução significativa de até 16% na fatura para empresas (CNPJ) e clientes residenciais (PF), sendo estes, lojistas ou funcionários dos associados.
A cooperação permite o acesso à geração fotovoltaica sem necessidade de obras ou investimentos na unidade consumidora, bastando ao associado CDL/BH e a seus colaboradores realizar o cadastro no site da Cemig SIM para ter acesso a uma energia limpa, sustentável e econômica.
Na perspectiva do presidente da CDL/BH, o setor de comércio e serviços da capital pode contribuir ainda mais com a transição energética que vem sendo desenhada pelo G20. “Lojistas e proprietários de bares e restaurantes são o público que melhor conhece a cidade e, em especial, a funcionalidade e o impacto de nossas construções e estabelecimentos, sejam elas novas ou antigas. Certamente podemos contribuir com dicas e sugestões para economia de energia, contenção de danos referentes à enchentes e a diversos outros temas que impactam o meio ambiente e podem frear essa transição”, afirma Souza e Silva.
O mercado de energia em Minas
Em abril deste ano, Minas Gerais atingiu o marco histórico de 8 GW de geração solar fotovoltaica em operação. O feito é decorrente da somatória da geração de energia solar centralizada (4,33 GW), ou seja, grandes centrais de produção de energia elétrica como usinas; junto à modalidade distribuída (3,67 GW), que é a energia gerada na própria região de consumo.
Ao atingir 8 GW, a energia solar em operação de Minas corresponde a 71,27% da capacidade instalada total da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, maior usina hidrelétrica do Brasil e a quarta maior usina hidrelétrica do mundo, segundo a Aneel.
No comparativo, a potência instalada também é capaz de abastecer 5.2 milhões de residências (com um consumo médio residencial de 170 kWh/mês) e beneficiaria mais de 15,8 milhões de pessoas.
Cenário energético
Somente de janeiro a abril de 2024, 12 novos módulos de geração solar centralizada foram conectados à rede mineira de distribuição, nos municípios de Betim, Jaíba e Paracatu, somando um incremento de 473 MW na potência fiscalizada do Estado.
Ao mesmo tempo, 166,44 MW de geração distribuída entraram em operação em todo o estado, totalizando um acréscimo de 0,63 GW de energia solar operacional em Minas, correspondendo a 13,1% do total de potência instalada à nível nacional, ficando atrás somente de São Paulo que detém 13,8% do total.
Além disso, 100% dos 853 municípios de Minas Gerais possuem ao menos uma unidade de geração de energia solar fotovoltaica. Dos 834 empreendimentos em fase de construção ou com construção não iniciada em Minas Gerais que serão agregados à matriz energética do estado, 810 são de geração solar fotovoltaica.