“Você quer uma pele bronzeada, mas tem medo do câncer? Quer um bom almoço de domingo, mas a magreza exige dieta permanente? Quer trabalhar menos, mas precisa pagar aquelas férias que virão depois de um ano produzindo e, claro, elas são o santo remédio para relaxar.
Se você sentir culpa constantemente, bem-vindo ao clube. As regras que regem nossa sociedade são sim paradoxais. A culpa é quase inescapável.”
Esse é o trecho de um texto que eu li na plataforma Fronteiras do Pensamento, que reúne grandes pensadores em ciclos de conferências para debater temas da atualidade.
Esse texto que eu acabei de ler um trecho ressalta alguns estudos do filósofo e sociólogo francês Gilles Lipovetsky. Só um adendo: há muitos anos, foi Lipovetsky quem me fez gostar muito mais do fenômeno moda do que das roupas acumuladas no meu guarda-roupa. Mas vamos em frente porque o tempo aqui no Tendências é curto, porém precioso.
Lipovetsky fala que o acesso ao conforto material enquanto sociedade não nos aproximou da felicidade. Há tanta ansiedade, tanto estresse, tanta angústia e tanto medo que a abundância não consegue proporcionar um sentimento de completude. Ele fala também que hoje somos todos colecionadores de experiências. Temos medo que a vida passe ao largo.
Existe um senso comum que nos diz que, se não tivermos vivido tal ou tal experiência, teremos perdido a nossa vida. É uma luta contra o tédio, uma busca incansável e viciada pela novidade, pela fuga da rotina. Eita! Dá para pensar um montão de coisas só com esse resumo rápido que eu fiz aqui, né?
Pois então, já que a gente quer mesmo fugir da rotina, que tal fazer diferente e pensar a sua casa como um lugar de encontro com a sua rotina mais prazerosa? Ah, e nem precisa ter aquele sofá carérrimo para conseguir isso, viu? Basta ser honesto e verdadeiro com o que você realmente quer que faça parte da sua rotina mais íntima no seu casulo, a sua casa.