O Salão do Móvel de Milão vai trazer no ano que vem como novidade o Salone Raritas, uma mostra dedicada exclusivamente ao design de edição limitada, às peças únicas e à alta manufatura contemporânea.
Esse segmento já orbitava a Feira de Milão e agora vai ter um território próprio com curadoria específica para destacar peças autorais e dar a elas mais visibilidade. Esse assunto que envolve peça autoral e posteriormente as cópias que são feitas a partir delas é muito vasto.
Eu fui perguntar a Beatriz Maranhão, que tem um conhecimento vasto nessa seara e é apaixonada por design. O que há por trás dessa história? Escuta a Beatriz:
“O que me apaixona, primeiro, é a qualidade dos produtos, que, tirando o lado do design fantástico e tal, primam por um produto sustentável, um produto de alta tecnologia, e acho interessante também como as coisas são construídas, porque quando a gente vê uma cadeira de sucesso, a gente não sabe que por trás disso existem anos de estudo, milhões de protótipos, milhões de coisas que aconteceram para se produzir o que você está vendo aí, um sucesso.
Você pega, por exemplo, a cadeira Panton, que foi um desafio da tecnologia para ser desenvolvida, em que o presidente da Vitra comprou esse desafio em 1960 e foi feita a primeira cadeira de monobloco. Então, encantar-se por um produto não é só o resultado que você tem do conforto e do design, é você entender o que está por trás daquilo, o que fez aquilo e o que significa aquilo.
Quando você passa a entender isso, você passa a dar outro sentido no que era uma cópia, o que para mim antigamente parecia bobagem, hoje eu consigo entender de outra forma, que é respeitar o trabalho do outro, igual a gente espera que as pessoas respeitem o nosso.
A gente fala muito em respeito, mas não consegue colocar as coisas para todos e no mundo design isso é muito feio, né? As pessoas copiam, não têm referência e não dão valor. Quando você para, para dar valor, você tem que conhecer a história.”
É isso aí, Beatriz. Para dar valor, tem que conhecer história.
