Nessa quarta–feira (4), o assunto passou pelo que é feio e o que é bonito ou o que é considerado feio ou belo na arquitetura e no design. Também falei sobre como é difícil ser criativo se você fica preso ao esteticamente aceitável ou aos princípios de alinhar o bom com o belo.
Daí que eu lembrei da história do Rainha da Sucata, projeto do Éolo Maia e Sylvio Podestá, na Praça da Liberdade, para o que deveria ser, na época, o futuro centro de informação turística de BH. Rainha da Sucata foi o apelido que deram para aquele prédio colorido, bem na esquina da praça, em frente à biblioteca pública.
Mas, ele também já foi chamado de “prédio mais feio do Brasil”, criticado e achincalhado, jogado como está, até hoje. Por que será que esse prédio incomoda tanto? Como diz o final de um texto excelente sobre o projeto, que saiu na “Piauí” já faz um tempo: é preciso uma reparação histórica.
O Rainha do Sucata é um projeto relevante do final do século XX no Brasil, uma arquitetura que importa de verdade porque causa incômodo até hoje.
O Rainha da Sucata representou um confronto com a elite social mineira e a elite arquitetônica do país e fez isso sem perder o bom humor. Quer um bom exercício? Vai lá na Praça da Liberdade e repara na construção, e depois me fala o que você achou. A gente ainda vai voltar a falar desse assunto mais detalhadamente aqui no Tendências!